Rio de Janeiro Os livros empilhados do chão ao teto podiam ser só cenário. Mas a cena fashion criada no Real Gabinete de Leitura Português, no centro do Rio de Janeiro, veio de encontro à proposta do estilista Walter Rodrigues, que iniciou o Fashion Rio, a semana de moda carioca, falando de identidade. Ali nos livros, qualquer um podia encontrar suas raízes, enquanto que na passarela construída em meio ao salão principal do prédio imponente eram desfiladas as inspirações do artista: a minoria miao e a cultura guatemalteca.
Ou seja, Oriente e latinidade numa mesma roupa, cheia de contrastes na modelagem que usou técnicas de alfaiataria e moulage, ou seja, roupas moldadas no corpo, e na sisudez de pretos e cinzas combinados a faixas decorativas, que remetiam aos trajes folclóricos da Guatemala, aplicações de metais e estampas florais. Destaque para os belos plissados, que ornamentaram saias e os babados usados em barrados e golas. Para Walter, a roupa reflete espírito e história de vida. E a sua moda mostra isso, ainda que já dê indícios de uma formatação para a próxima estação silhuetas ajustadas, abotoamentos duplos e contrastes de volumes.
O Oriente esteve presente ainda na coleção da infantil Lilica Ripilica, que fez nevar bolinhas de isopor sobre a passarela e sobre as modelos-mirins munidas de sombrinhas nipônicas. A roupa foi marcada pelas linhas A (no formato da letra A), tanto em vestidinhos quanto nos casacos, e pelas sobreposições. Para o inverno da criançada, tons lilases, bordôs, verdes, beges e marrons.
A programação seguiu ontem na Marina da Glória com os desfiles de Márcia Ganem, Mara Mac, Melk Z-Da, Victor Dzenk e Animale. E para hoje, estão programadas as apresentações das marcas Sommer (no Planetário da Gávea), Permanente, Maria Bonita Extra, Graça Ottoni, Drosófila, Cavendish e de novos designers.
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