O Palhaço disputa uma vaga do Oscar americano| Foto: Divulgação

Indicado do país para concorrer a uma das cinco vagas da disputa de melhor filme estrangeiro no Oscar 2013, O Palhaço já chegará chancelado pelo chamado "Oscar Brasileiro". Na segunda à noite, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, entregue pela Academia Brasileira de Cinema, concedeu ao filme de Selton Mello dez troféus Grande Otelo, fora o de melhor filme ganho pelo voto popular, totalizando 11 prêmios.

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Somente em duas categorias em que concorria O Palhaço não venceu: a de melhor atriz coadjuvante (Drica Moraes, pela cafetina de Bruna Surfistinha) e melhor som (que foi para O Homem do Futuro). Superou o nocaute de Tropa de Elite 2 em 2011 (nove troféus). Era tanto prêmio seguido – melhor filme, direção, ator (Selton), coadjuvante (Paulo José), roteiro, categorias técnicas – que se criou um clima de certa apatia na plateia do Teatro Municipal do Rio.

Mas não para Selton e sua produtora, Vânia Catani, agora às voltas com a estratégia de divulgação do longa nos Estados Unidos, apoiada pelo governo brasileiro. "Esse prêmio significa: ‘Segue aí, garoto!’", brincou ele, quando recebeu o Grande Otelo de diretor. Já Vânia falou do "novo cinema popular brasileiro", do qual O Palhaço é porta-voz. Um cinema que conquista o público (fez 1,5 milhão de pagantes) sem ser raso.

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Concorrência

Selton credita a essa qualidade o alcance deste seu segundo filme. Quanto ao Oscar, teme pela concorrência. São 71 inscritos, sendo que uma vaga já é, na opinião dele, de Os Intocáveis, o filme francês mais visto da história (20 milhões de pessoas). O seu custou R$ 6 milhões; o francês, o equivalente a R$ 24 milhões.

"Acho que O Palhaço tem cara de Oscar. Representa um Brasil diferente do que tem sido mostrado, sem clichê, favela, tiro, sertão, Rio. Eu queria um meio do caminho entre o filme de grande público e o hermético", declarou, ao chegar ao Teatro Municipal do Rio.