Cena do curta A Galinha ou Eu!, gravado em Itambé| Foto: Divulgação

Projeto

Saiba mais sobre o Revelando os Brasis:

Os filmes

Quatro Hinos de uma Antonina Só (Antonina)

Direção: Tânia R. Silva

Dom de Deus (Rio Azul)

Direção: Regina Pegoraro

A Galinha ou Eu! (Itambé)

Direção: Denizia Moresqui

Exibições

Itambé – 16/6, às 20h – Av. São João, próximo à Praça Rui Barbosa.

Antonina – 18/6, às 19h – R. Dr. Carlos Gomes da Costa.

Curitiba – 19/6, às 18h – Cinemateca de Curitiba (R. Carlos Calvalcanti, 1174, Bairro São Francisco).

Rio Azul – 20/06, às 19h – Praça Tiradentes.

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Quatro Hinos de uma Antonina Só será lançado sábado, em Antonina
Dom de Deus retrata a infância do pintor Antônio Petrek
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O município de Itambé, no noroeste do Paraná, vai ganhar na noite de hoje um novo capítulo na sua história cultural. O motivo: uma menina que perdeu uma galinha numa latrina. Essa é a trama do curta-metragem de ficção A Galinha ou Eu!, que foi produzido pela comunidade local e será lançado junto com outras obras em uma sessão de cinema ao ar livre no centro da cidade, às 19 horas. De acordo com a diretora e idealizadora do filme, Denizia Moresqui, será a primeira exibição cinematográfica na região desde a década de 1970.

O filme de Denizia faz parte das 40 obras produzidas pela quarta edição do projeto Revelando os Brasis, que financia adaptações cinematográficas de 15 minutos de histórias (reais ou fictícias) em cidades com menos de 20 mil habitantes no Brasil. No Paraná, dois outros municípios se beneficiaram do projeto: Antonina, no Litoral, com o curta Quatro Hinos de uma Antonina Só (cujo lançamento será neste sábado, em frente ao Teatro Municipal, às 19 horas), e Rio Azul, no Centro-Sul, com o filme Dom de Deus (com sessão pública na próxima segunda-feira, às 19 horas). Na capital, as três produções serão exibidas na Cinemateca de Curitiba, no próximo domingo, às 18 horas.

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Antonina

O filme Quatro Hinos de uma Antonina Só foi idealizado pela advogada Tânia Silva em fevereiro, antes das chuvas de março deste ano, que castigaram o litoral paranaense. "Graças ao projeto, tenho imagens de lugares da cidade que foram destruídos, como o Morro Bom Brinquedo, por exemplo."

Seu curta é inspirado num fato curioso da cidade do litoral: Antonina tem pouco mais de 18 mil habitantes, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti­­ca (IBGE), e tem quatro hinos diferentes. "Fiquei com vontade de retratar essa história, porque é sempre um mistério nas solenidades do município sobre qual hino vai tocar. E o mais engraçado é que, se investigarmos mais, podemos descobrir outros hinos usados na cidade", diverte-se Tânia.

Rio Azul

O curta-metragem de ficção Dom de Deus, dirigido pela dona de uma pousada Regina Pegoraro, retrata a infância do pintor paranaense Antônio Petrek. O artista ficou conhecido por ilustrar igrejas com figuras religiosas e sacras. Segundo a diretora, uma das capelas que têm obras do artista foi a da comunidade de Cachoeira dos Paulistas, a três quilômetros do Centro de Rio Azul, que estava para ser derrubada para servir de lugar para a construção de um estacionamento.

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Motivada pela indignação, Regina inscreveu a história de Petrek, que nasceu na cidade de Rio Azul, no Revelando Brasis. Ela conta que, desde que produziu o filme, a capela começou a receber mais atenção das pessoas que visitavam a cidade. E agora está em processo de tombamento para se tornar parte do Patrimônio Histórico do município.

O projeto

O Revelando os Brasis não rende lucros para os participantes, apenas o curso com as despesas pagas e o financiamento para as filmagens. Mesmo assim, Denizia afirma que a experiência de lidar com o audiovisual foi boa. "Consegui confiança para trabalhar em outros projetos. Agora vou reunir material e fazer um documentário sobre a história de Itambé." Ela conta que A Galinha ou Eu! está sendo muito esperado na cidade e até já foi inscrito para tentar uma vaga na seleção do Festival de Cinema de Gramado, um dos mais importantes do país.

O projeto ocorre a cada dois anos e é realizado pelo Instituto Marlin Azul, com patrocínio na Petrobras e apoio da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Para a coordenadora e idealizadora do programa, Beatriz Lindenberg, além de apresentar novas perspectivas audiovisuais para o país, o Revelando os Brasis também serve como um processo de inclusão social à produção cinematográfica. "Antes de começar a filmar, os diretores fazem um curso intensivo de 15 dias no Rio de Janeiro com professores especializados em audiovisual. Isso é importante porque a maioria deles nunca tinha tido contato com a produção de cinema."