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Programe-se

Roy Ellis e The Crabs Corporation

Espaço Cult (R. Doutor Claudino dos Santos, 72, São Francisco). Dia 9 às 21 horas. Ingressos a R$ 60 (1.º lote) e R$ 70 (2º lote) – valor da meia-entrada com a doação de 1kg de alimento não perecível. Mais informações e reservas: (41) 3323-2381.

Uma lenda viva da musica jamaicana, Roy Ellis, precursor e divulgador do reggae e ska nos anos 1960, faz uma única apresentação em Curitiba, amanhã, no Espaço Cult. A turnê The Boss Is Back promove seu último EP, You Can’t Leave Now.

Acompanhado da banda argentina de early reggae e dub The Crabs Corporation, Ellis promete passear por todas as fases de sua carreira de mais de 50 anos.

"O público pode esperar todas as minhas músicas clássicas, além de novidades. Vou tentar fazer o melhor e apresentar o meu carisma. Vai ficar a cargo da plateia gostar ou não", disse à Gazeta do Povo, em entrevista por e-mail.

Ellis, mais conhecido como Mr. Symarip, começou a carreira na Jamaica no início dos anos 1960. No final daquela década, mudou-se para Londres, onde foi líder de uma série das bandas pioneiras do reggae inglês, entre elas o Symarip, da qual herdou o apelido.

O som cheio de groove da banda fez a cabeça dos skinheads originais, o movimento de jovens proletários ingleses que se situa entre os mods e os punks na linha evolutiva da cena underground britânica daquela época. Hoje em dia, é difícil entender a conexão entre a música jamaicana – dançante e com mensagem de paz – e a ideia que se tem a respeito de skinheads, grupo geralmente envolvido em episódios de violência e racismo.

No princípio, os skinheads ingleses não diferiam da maioria dos movimentos jovens de então: pouca preocupação política, muita arruaça, brigas de gangue, energia e música. Neste caso, o ska e proto-reggae do Symarip construiu clássicos como "Skinhead Moonstomp" e "Skinhead Girl".

"Conseguimos emplacar alguns hits nas paradas britânicas. Assim foi mais fácil conseguir deixar a música reggae conhecida mundialmente", explica Ellis.

Para Ellis, o fascínio que a cultura jamaicana causa no resto do mundo desde aquela época tem a ver com o comportamento cool dos seus conterrâneos e o som inovador que brota fácil da pequena ilha caribenha. "O que fascina [o mundo] sobre a Jamaica é a nossa cultura, a maneira como caminhamos, falamos, a maneira que nos movemos".

Para ele, a ascensão desta cultura e também da religião rastafári transformaram o mundo num lugar melhor. "Todo o movimento rastafári, por conta do Bob Marley, Laurel Aitken, Harry Belafonte, Jimmy Cliff e muitos outros grandes artistas conhecidos em todo o globo, ajudaram a tornar o mundo um lugar melhor para se viver, multicultural, não tão racista", afirma.

Ellis diz que, nestes 50 anos, nunca pensou em parar, mas saberá o que fazer quando este dia chegar.

"Eu só espero ter uma vida longa, para poder ver o dia em que jovens vão assumir o meu lugar e seguir cantando estas canções para fazer deste mundo um lugar melhor para viver."

O show de amanhã terá abertura das bandas Bantons Street Band, de Curitiba, e Dr. Skrotone e a Máfia do Ska, de Ponta Grossa. Antes e depois dos shows, haverá discotecagem do coletivo CWBlacks.

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