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Fernando Eiras: ator e cantor conta as histórias da vida do compositor polonês radicado na França |
Fernando Eiras: ator e cantor conta as histórias da vida do compositor polonês radicado na França| Foto:

Programação

Acompanhe as atividades do projeto Chopiníssimo

Concerto Cênico

Dia 26, às 20 horas, no Espaço Cultural Capela Santa Maria, na Rua Conselheiro Laurindo, 273. Com a pianista Linda Bustani, a cantora Carolina Faria e o ator Fernando Eiras. No repertório, as obras: Mazurca Opus 7 nº 1; Valsas Opus 34 nº 2 e Opus 69 nº 1; Noturno Opus 27 nº 2; Scherzo

nº 3; Prelúdio nº 2; e as Variações Brilhantes Opus 1; canções do álbum das Melodias Polonesas Opus 74, para canto e piano. Ingressos a R$ 10 ou R$ 5 mais um quilo de alimento não-perecível, em prol dos desabrigados do Rio de Janeiro.

Mais informações: (41) 3321-2840.

Exposição

Dia 27, às 19 horas, na Biblioteca Pública do Paraná, na

Rua Cândido Lopes, 133.

Fotografias e reproduções de pinturas, desenhos, gravuras, partituras, documentos e objetos, cedidas pelo Museu Chopin do Instituto Fryderyk Chopin, em Varsóvia. Entrada franca. Mais informações: (41) 3221-4900.

Palestra Multimídia

Dia 27/4, às 19 horas, na

Biblioteca Pública do Paraná.

Com o crítico musical Rodolfo Valverde.

  • A pianista Linda Bustani e a mezzo-soprano Carolina Faria interpretam o repertório

Frédéric Chopin (1810-1849) morreu cedo, tuberculoso. Havia abandonado aos 20 anos a Polônia onde nasceu, incitado pelo pai a se exilar em Paris para escapar da invasão russa. Temia o patriarca que o temperamento rebelde do jovem músico o colocasse em problemas. A vida cultural fervilhante da França teve papel fundamental na carreira criativa do compositor. Nem por isso, no entanto, ele deixou alguma vez de lastimar o abandono da sua terra.

Chopin derramou sua melancolia em canções como Lamento, de 1847, uma evocação à pátria perdida. A música será ouvida durante o concerto cênico Chopi­­­níssimo, que acontece hoje, às 20 horas, na Capela Santa Maria, lo­­­go que o ator Fernando Eiras chegar a esse ponto da história pessoal do polonês.

Outras passagens cruciais da vida de Chopin, também acompanhadas de obras de sua autoria, das mais populares às desconhecidas, fazem parte do espetáculo comemorativo do seu bicentenário de nascimento, do qual participam também a mezzo-soprano Carolina Faria e a pianista Linda Bustani.

"Muitas obras de Chopin têm esse cunho revolucionário de um rebelde. Ele mesmo dizia que lutava pela pátria com as armas que possuía, sua música", comenta a pesquisadora Eli Rocha. A carioca criou e dirige o projeto Chopiníssimo – Chopin, o Poeta do Piano, que estreou no Rio de Janeiro em fevereiro, passa agora por Curitiba e irá a São Paulo, em maio. Além do concerto cênico, uma exposição e uma palestra tentam dar conta do mais significativo dessa vida e obra (leia mais no quadro).

Eli Rocha concebeu o projeto e conquistou o patrocínio do programa oficial das celebrações internacionais do Ano Chopin. Como não queria oferecer ao público apenas um recital, se aprofundou na pesquisa de cartas e diários pessoais e nos depoimentos de pessoas que conviveram o retratado para compor o espetáculo. "Não é uma dramaturgia, é cena com música", diferencia.

Convidou Linda, pianista rondoniense de interpretação sentimental, reconhecida com o Prêmio Carlos Gomes de melhor do ano de 2003 e com projeção fora do país. Juntas, elas selecionaram o repertório, que contempla obras raramente ouvidas ao vivo, como um álbum de melodias polonesas com versos de poetas daquele país. "É muito difícil encontrá-lo. Em público, no Brasil, jamais ouvi", diz a pesquisadora.

Fernando Eiras, também convidado ao projeto por seu apreço pela música erudita, não se traveste propriamente do personagem real. Mas conta suas histórias e por vezes se coloca no lugar dele, revelando angústias e tristezas. O ator que recentemente ganhou o Prêmio Shell carioca, por seu trabalho na peça In on It , "brinca" de cantar em cena. O que não chega a ser uma novidade para quem, como ele, canta desde menino (tinha 10 anos quando o Mara­­canazinho ouviu, na sua voz, "Menino Sol", de Edmundo Souto Neto).

Por seu intermédio, a plateia é apresentada, primeiro, ao garoto polonês que teve uma infância feliz, e à descoberta de sua genialidade. Esses primeiros passos são acompanhados, musicalmente, das mazurcas, obras criadas sob a influência da dança floclórica de mesmo nome. Chopin se apropriou do ritmo e inventou peças autorais. Entre elas, "Pour Toi Seul!" e "N’est-ce Pas l’amour?", duas melodias polonesas que Carolina Faria entoa.

Scherzo nº 3, avassalador, ilustra a consagração afetiva do músico, quando conhece a escritora George Sand (pseudônimo masculino que ela adota para sobreviver num mundo literário então inacessível às mulheres).

Baronesa, mulher poderosa, foi a paixão de Chopin por oito anos, até que na volta de uma viagem à Espanha, para onde o levou na tentativa (frustrada) de melhorar seu estado de saúde com os ares mais quentes, Sand se separou dele. A viagem marca o início da decadência física de Chopin, mas também um período rico em composições como as do álbum Prelúdios.

Todo esse trajeto narrativo se complementa visualmente na exposição que estará montada na Biblioteca Pública do Paraná amanhã (27). São reproduções de objetos, partituras e documentos, e fotografias das pessoas com quem conviveu (a mãe, o pai, a primeira noiva, Sand), cedidos pelo Museu Chopin, em Varsóvia.

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