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Infantojuvenil

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Ronaldo Fraga e artista Anna Göbel publicam livro juntos

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Parceria entre a artista plástica Anna Göbel e o estilista mineiro Ronaldo Fraga, o livro Uma Festa de Cores – Memórias de um Tecido Brasileiro, publicado pelo Grupo Autêntica, traz a paixão de ambos por um elemento muito comum nas festas populares, danças e figurinos do país: a chita, trazida ao Brasil pelos portugueses no século 19. Na história do livro (que serve para todas as idades), é o próprio tecido, em primeira pessoa, que conta a sua história. No livro, há informações desde a origem de seu nome e seus antepassados, passando pelas mudanças de nomenclatura, padronagens diversas, texturas e variações que "enfrentou" (com o surgimento do chitão, com flores grandes, e da chitinha, cujo padrão é com desenhos de flores miúdas). Dessa vez, Fraga exerceu o lado escritor: foi ele quem pensou e relatou a história para as ilustrações de Anna, uma alemã que se apaixonou pela chita desde que chegou ao Brasil. Escritores como Ana Maria Machado, Leo Cunha e Sylvia Orthof são alguns autores cuja as obras já foram ilustradas pela profissional.

O livro, de 48 páginas, é indicado para crianças a partir dos 8 anos, e custa R$ 49. (Isadora Rupp)

Disco

Cantora Alessandra Leão lança primeiro de uma série de EPs

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A cantora e percussionista pernambucana Alessandra Leão lançou em novembro o primeiro de uma trilogia de EPs conceituais em que faz para experimentos com ruídos e fragmentação da música eletrônica em diálogo com a música tradicional afro-brasileira e nordestina. Pedra de Sal traz cinco faixas que apontam para essa direção, a começar por "Doutrina e Toque de Yemanjá", uma recriação de toadas dos rituais religiosos de origem africana Babassuê, de Belém (PA), e Xangô de Recife (PE) – ambas originalmente gravadas em 1938 pela Missão de Pesquisas Folclóricas, de Mário de Andrade.

Com programações do guitarrista, arranjador e produtor Caçapa, a faixa-título sintetiza o conceito do trabalho, misturando ritmos regionais a uma sonoridade eletrônica com uma performance áspera de Alessandra. Com o guitarrista e compositor Kiko Dinucci, o trabalho também passa pela delicadeza de "Tatuzinho" antes de voltar a ser marcado por timbres pesados e linhas contrapontísticas e dissonantes em "Mofo" e "Devora O Lobo" – a faixa de sonoridade e interpretação mais agressivas. O EP está disponível para download gratuito em alessandraleao.com.br. (Rafarel Rodrigues Costa)

Livro

Matemático Guillevic leva conhecimentos números para a poesia

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Eugène Guillevic (1907-1997) era um idiossincrático. Bacharelado em matemática e com larga experiência no campo da economia, o francês trouxe seu relicário de conhecimentos numéricos para o mundo da palavra. Em Euclidianas (Tradução de Marco Lucchesi, Berlendis & Vetecchia, 144 págs. R$ 32) ele remete ao clássico Elementos, do alexandrino Euclides, e transforma retas, curvas e quadriláteros em pequenas definições poéticas. Sobre o cone truncado, por exemplo: "Mas como pareces/ Com muitos de nós/ Que nunca chegaram/ Ao ponto mais alto." O que acontece em sua tradução linguística do universo geométrico é de uma força lírica ímpar, uma beleza atrás da outra. Cada página tem um pequeno tratado de imagens breves, delicadas, a fazer da matemática um campo de afetos. Em seu auge, ele pega a paralela e cria um manifesto do amor e da incompletude: "Vamos no vasto espaço,/ Seguimos lado a lado,/ E queremos falar.// Mas tudo que dizemos/ A outra já conhece,// Pois desde nossa origem/ Apagada, esquecida, / É a mesma aventura.// Em sonho nos unimos,/ Amamos, completamos./ Não passamos além/ De si próprio e do outro." Um ponto imodesto no percurso da vida. (Daniel Zanella)