• Carregando...
 | Marcio de Souza/TV Globo
| Foto: Marcio de Souza/TV Globo

Carreira

Aos 34 anos, completados no dia 15, Rodrigo Lombardi acumula trabalhos no teatro e na televisão, com raras participações no cinema

Na televisão

Meu Pé de Laranja Lima (1998), Marisol (2002), Metamorphoses (2004), Bang Bang (2005), Pé na Jaca (2006), Desejo Proibido (2007), Guerra e Paz (2008), Casos e Acasos (2008), Caminho das Índias (2009), Passione (2010).

No cinema

Bed & Breakfest: longa-metragem filmado no Brasil e em Los Angeles, dirigido por Márcio Garcia e protagonizado por Juliana Paes. Lombardi participa como o gerente de loja que a manda embora, fato decisivo para que ela viaje atrás de uma herança. Lançamento previsto para 11 de novembro.

No teatro

Medeia (1997), Anjo Proibido (2000), Sonho de uma Noite de Verão (2001), Quarteto em Ri Maior (2001), Quero a Lua (2000 a 2003), Nossa Vida É uma Bola (2003), A Mandrágora (2004), Ricardo III (2006), A Grande Volta (2010).

  • Rodrigo Lombardi na novela Pé na Jaca
  • Na novela Caminho das Índias
  • Ao lado de Fernanda Montenegro em Passione

Rodrigo Lombardi é sério ao telefone. Traça sua trajetória comentando com igual cuidado os papéis televisivos e as atuações no teatro. Somente ao fim da conversa, ele descontrai. Pede desculpas pelo atraso de seis horas para retornar a ligação, explica que teve problemas no aeroporto, fez questão de passar em casa para dar um abraço no filho e, na pressa de seguir para o Projac, onde grava a novela Passione, conta que havia trocado de roupa enquanto falava ao telefone com a repórter da Gazeta do Povo sobre a peça A Grande Volta, que o trouxe a Curitiba neste fim de semana.

A imagem do ator de 34 anos se colou ao imaginário dos espectadores de tevê desde que interpretou o atrapalhado e simpático Tadeu, em Pé na Jaca, com a pouca roupa usual das novelas de Carlos Lombardi. Foi a vitrine que precisava para saltar, em pouco tempo, ao posto de protagonista do horário nobre.

Nada seria mais injusto, contudo, do que reduzir o ator à figura do fortão ou do galã. Rodrigo alcançou o sucesso "tardio" por força de competência e carisma, depois de vários trabalhos no teatro e tentativas menos bem-sucedidas em novelas como Marisol e Metamorphosis.

Nem ele sabe direito como co­­meçou. Fazia teatro amador ao mesmo tempo em que ganhava dinheiro como garçom, agente de viagens, gravando comerciais ou vendendo roupas masculinas. Por meio de um teste, chegou à sua primeira peça profissional, em 1997. Uma montagem de Medeia, dirigida por Jorge Takla, com Walderez de Barros. A primeira novela veio no ano seguinte, Meu Pé de Laranja Lima (da Bandeirantes). Nesse trabalho conheceu o ator Genésio de Barros, que o levou ao grupo Tapa, um dos mais importantes coletivos teatrais do país.

Nem assim foi fácil. Entre 1998 e 2005, Rodrigo esteve ligado ao grupo, frequentando cursos e assumindo as funções de contrarregra, iluminador e assistente de som. Apenas quando um ator faltava, ele entrava em cena como substituto. "Fui estudando e observando até o (diretor) Eduardo Tolentino confiar em mim o suficiente para me dar o protagonista de A Man­­drágora", lembra Rodrigo.

O ano era 2004 e a montagem conquistou público impulsionada pelo boca-a-boca, mas Rodrigo se despedia do Tapa para abraçar um papel na novela Bang Bang, sua estreia na Globo. "Trabalhei muito mais em teatro, mas a televisão me puxou e me segurou. Emendei cinco novelas."

Ele voltou aos palcos ainda em Ricardo III, dirigido por Jô Soares. Antes, havia feito também espetáculos para crianças, trabalhos pelos quais nutre grande carinho, até porque tem como hobby estudar psicologia infantil, e o projeto de escrever uma peça para o filho.

"Bang Bang foi uma proposta muito boa de novela, mas não aconteceu", recorda o ator. "Com o Tadeu, de Pé na Jaca, aí começaram a prestar atenção em mim. Foi o papel mais complexo de televisão que fiz até hoje." Contra a falsa facilidade da comédia, o ator teve de lidar com um personagem cheio de nuances e uma trama em que tudo acontecia ao mesmo tempo. Mais do que isso, desobedeceu à sinopse, por não acreditar na orientação de fazer o personagem à imagem do irmão Lance (Marcos Pasquim). "Não sei ser esse tipo de herói, então construí um anti-herói. Fazia piada sobre mim mesmo, colocava minhas inseguranças, deu certo. É um dos papéis de que mais gosto na vida."

No teatro, já fazia humor. De­­pois, experimentou na novela Desejo Proibido um vilão simpático, "praticamente um Zé Cario­­ca". Nada que antecipasse seu destino de galã.

Rodrigo se preparava para viver Ronaldo Bôscoli na minissérie Maysa (o papel ficou com Mateus Solano), quando a Globo decidiu deslocá-lo para Caminho das Índias. Se ele gostou da decisão? "Eu queria fazer a minissérie, mas falei: ‘ok, o que tiver de ser será’, e mergulhei." Raj surrupiou o coração da protagonista Maya (Juliana Paes), em princípio destinado ao personagem de Márcio Garcia, e caiu completamente nas graças do público.

Um novo papel de destaque era consequência certa: veio Mauro. Foi mais difícil dessa vez acertar o tom, e o autor Sílvio de Abreu interveio. "No começo das cenas, o Sílvio queria o personagem mais solar, mais aberto. Mas eu estava gravando o enterro do Mauro Mendonça, ainda não tinha como mostrar que era um cara de atitude. Vieram outras cenas e ele me ligava dizendo que o personagem estava nascendo, até que ligou contente e disse: ‘Pode seguir sozinho’."

Fernanda Montenegro, em Pas­­sione; Tony Ramos, em Caminho das Índias; Lima Duarte, em Desejo Proibido; Fúlvio Stefanini, em Pé na Jaca e agora na peça A Grande Volta. "Venho passando a bola para grandes atores. Tenho que aprender a ser um bom parceiro de cena, no mínimo", diz Rodrigo, já a caminho do Projac.

Serviço:

A Grande Volta (confira o serviço completo do espetáculo). Teatro Fernanda Montenegro (R. Cel. Dulcídio, 517 – Shopping Novo Batel), (41) 3224-4986. Texto de Serge Kribus. Direção de Marco Ricca. Com Fúlvio Stefanini e Rodrigo Lombardi. Dia 24, às 19 horas. R$ 80 e R$ 40 (meia).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]