Nacional
Filmes brasileiros se destacam na programação do fim de semana
Paulo Camargo
A programação do Olhar de Cinema Festival Internacional de Curitiba tem pelo menos três longas-metragens brasileiros que merecem especial atenção do público neste fim de semana. Hoje, às 19h30, no Espaço Itaú 2, dentro da mostra Olhares Brasil, será exibido Tudo Que Deus Criou, filme de estreia do diretor paraibano André Costa Pinto, rodado em Campina Grande.
A trama, baseada em fatos reais, tem como personagem central Miguel (Paulo Phillipe), um jovem que tem de sustentar a mãe Daguia (Maria Gladys), a irmã Ângela (vivida pela curitibana Guta Stresser) e o cunhado (Claudio Jaborandi), que formam uma problemática família de classe média baixa. Fora de casa, Miguel se descobre como vértice de um estranho triângulo amoroso com Maura (Letícia Spiller), uma mulher cega, e João (Paulo Vespúcio).
No sábado, também no Itaú 2, será exibido Estradeiros, documentário dos pernambucanos Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro que venceu o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) na última edição do Cine PE.
No domingo, ainda na mesma sala, às 21h45, e também dentro da mostra Olhares Brasil, será exibido o elogiado Sudoeste, do cineasta fluminense Eduardo Nunes, rodado em preto e branco em uma vila de pescadores à beira da lagoa de Araruama (RJ).
Quem assistir a Las Acacias, primeiro longa-metragem do argentino Pablo Giorgelli, que integra a programação do Olhar de Cinema Festival Internacional de Curitiba e será exibido hoje, às 21h45, e amanhã às 14 horas no Espaço Itaú de Cinema, verá um belo exemplo da criativa cinematografia argentina. Apesar de ser uma coprodução com a Espanha, o filme traz a linguagem e a qualidade técnica retomada no cinema do país vizinho na década de 1990, com produções de Lucrecia Martel, Marcelo Piñeyro e Pablo Trapero, diretores que claramente inspiraram Giorgelli.
Dentro da onda de "road movies", o filme se encaixa no gênero, mas não de forma caricata.
Com um cinema livre do excesso de explicações, mas que não ultrapassa a compreensão do espectador, Las Acacias fala sobre a vida do solitário motorista Rubén (German de Silva). Com personalidade dura, ele é obrigado pelo chefe a dar carona de Assunção (Paraguai) até Buenos Aires para a jovem mãe solteira Jacinta (Hebe Duarte), que traz nos braços a bebê Anahí. Aos poucos, o receoso e rude motorista passa a demonstrar atos de gentileza com as duas, depois de vários diálogos curtos com Jacinta. A produção, aliás, é repleta de silêncios, mas sutilezas, como expressões faciais e emoções implícitas dão o tom do entendimento sobre os dois e seus passados, mas sem escancarar suas trajetórias.
Méritos
Com prêmios como o Câmera de Ouro do Festival de Cannes em 2011, de melhor roteiro não publicado no 29.º Festival de Cinema de Havana e da exibição em diversos festivais internacionais e nacionais (integrou a 35.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no ano passado), Giorgelli consegue transformar em acertos elementos que prejudicariam o longa caso fossem mal aplicados. Os extensos períodos sem fala que poderiam deixar a história "arrastada" ajudam no desenrolar do longa. A paisagem de estrada, que corria o risco de ficar monótona, está em sintonia com a rigidez dos personagens. Prestando atenção nas entrelinhas, é possível perceber críticas do diretor sobre as más condições do mercado de trabalho e a busca por uma vida melhor em um país estrangeiro. GGGG
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