Preferidas
As dez maiores trilhas do cinema escolhidas por Tiomkin:
1.º Escravas do Medo (Experiment in Terror, 1964), de Henry Mancini. Direção de Blake Edwards (EUA)
2.º Dois na Gangorra (Two for the Seesaw, 1963), de Andre Previn. Direção de Robert Wise (EUA)
3.º A Estrada da Vida (La Strada, 1954), de Nino Rota. Direção de Federico Fellini (Itália)
4.º Era Uma Vez no Oeste (Cera Una Volta nel West, 1968), de Ennio Morricone. Direção de Sergio Leone (Itália)
5.º Lawrence da Arabia (Lawrence of Arabia, 1962), de Maurice Jarre. Direção de David Lean (Inglaterra)
6.º Um Fio de Esperança (The High and the Might, 1954), de Dimitri Tiomkin. Direção de William Wellman (EUA)
7.º Perdidamente Tua (A Life of Her Own, 1950), de Bronislaw Kaper. Direção de George Cukor (EUA)
8.º Viver Por Viver (Vivre Pour Vivre, 1967), de Francis Lai. Direção de Claude Lelouch (França)
9.º Uma Mulher Diferente (That Cold Day in the Park, 1969), de Johnny Mandell. Direção de Robert Altman (EUA)
10.º Tempo Para Amar, Tempo Para Esquecer (The Happy Ending, 1968), de Michel Legrand. Direção de Richard Brooks (EUA)
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Cinemaskope, A Maravilhosa Música do Cinema
Domingos, às 22 horas, na e-Paraná (FM 97,1).
"Cinema também é para ouvir". Este é um dos mantras do produtor, cineasta e colecionador Osval Dias de Siqueira Filho, o Tiomkim. Desde 1996, ele seleciona e apresenta o programa Cinemaskope, A Maravilhosa Música do Cinema, na rádio e-Paraná, que funciona como a voz da consciência dos cinéfilos românticos.
No próximo domingo, a atração vai completar 18 anos ininterruptos no ar com a mesma proposta: levar aos ouvintes trilhas sonoras bonitas e raras da história do cinema mundial. Tiomkim arrisca, orgulhoso, que o programa deva ser o mais antigo do gênero no país no estado, certamente é. Ele também faz questão de mencionar que o técnico de som, Joaci Santos, é o mesmo desde o programa número um.
Tiomkim coloca no ar o seu acervo pessoal, que parece inesgotável. Ele estima ter cerca de 5 mil trilhas sonoras nos suportes de vinil, CD, DVD e arquivos digitais. Ele conta que coleciona discos de cinema desde a infância, influenciado pelo pai, o maestro e músico Oswald Siqueira (1920-2000), que foi um dos band leaders mais conhecido entre as décadas de 1950 e 1990 em Curitiba.
O tema o entusiasma, e Tiomkim sempre está pronto para uma aula. "Com o advento do cinema sonoro no final da década de 1920, surgiram os primeiros compositores para cinema. Chamados de sinfônicos. Geralmente eram europeus que imigraram para a América a partir dos anos 30", explica.
Entre os pioneiros famosos, ele cita Max Steiner, Miklos Rozsa e Bernard Herrmann. "Eram maestros estudiosos de música clássica, que criavam a vertente da trilha sonora. No entanto, os temas compostos, com raras exceções, não chegavam às paradas de sucesso. Isso mudou em 1939, com o sucesso dos filmes E o Vento Levou e O Mágico de Oz, cujos temas sonoros caíram no gosto popular. Alguns anos depois, a canção As Times Goes By, tema do filme Casablanca, também teve grande sucesso, e consolidou os discos com as trilhas como mais uma opção comercial dos estúdios", observa.
Parcerias
Para Tiomkim, a melhor fase para a música do cinema foram os anos 1960."Foi o tempo das grandes parcerias. Compositores como Henry Mancini fizeram parceria com Blake Edwards, nos filmes da série Pantera Cor de Rosa, por exemplo. E tiveram outras, como Nino Rota e Fellini, Bernard Herrmann e Hitchcock, e Ennio Morricone com Sergio Leone. São duplas que criaram trilhas geniais que caíram no gosto popular", avalia.
O apresentador explica que construiu o seu acervo "garimpando em sebos e lojas especializadas". Da coleção, ele lista algumas pérolas: trilhas raríssimas como Sopro no Coração, de Sidney Bechet e Dizzy Gillespie (filme dirigido por Louis Malle que foi proibido na década de 1970 pela censura brasileira). Ou, a primeira versão, dos anos 1930, de Nasce Uma Estrela, de Max Steiner. E, ainda, um raríssimo musical da Broadway, Tovarich, com Viven Leigh cantando.
Segundo Tiomkim, os LPs com as trilhas são uma forma de manter o filme vivo e eterno no coração dos cinéfilos. E, como colecionador exigente, é adepto do vinil. "As capas destes discos são verdadeiras obras de arte", diz.
Em sua análise, o surgimento do CD na década de 1990 deu fim uma era de ouro para o vinil e para os grandes compositores de cinema. "Atualmente, temos alguns compositores bons, como Danny Elfman, que cria temas para os filmes de Tim Burton, Patrick Doyle e Gustavo Santaolalla. No Paraná, destaco Arrigo Barnabé, que criou as músicas de Oriundi", cita.
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