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Mesmo sem oficializar nenhum apoio financeiro aos seus bailarinos, o Paraná está bem representado entre os 300 estudantes da Escola Ballet Bolshoi, em Joinville, Santa Catarina. Recentemente, dois dançarinos do estado foram aprovados nos exames classificatórios da instituição: Marina Zanini, de Cascavel, e Bernardo Arthur Weisheimer, de Curitiba.

A dupla participou da "peneira" de pré-seleção, junto com outros seis mil candidatos de todo o país. Deste número, apenas 500 candidatos foram convidados a fazer os exames, realizados em duas etapas: a médico-fisioterápica e a artística.

Ao fazer o teste, Bernardo surpreendeu-se ao descobrir que seu índice de gordura corporal era o mais baixo entre os candidatos: 4,5%. Bailarino há apenas três anos, ele conquistou em pouco tempo um sonho que tinha desde a infância. Aos 10 anos, o garoto pediu à mãe que o matriculasse em um curso de balé. "Ela me contou uma história triste, disse que havia muito preconceito contra bailarinos homens, e tudo ficou por isso mesmo", conta. Aos 18 anos, Bernardo namorou uma bailarina. O relacionamento renovou o interesse pela dança e fez com que ele se matriculasse em uma escola particular. Poucos meses depois, passou em um teste da Escola de Dança do Teatro Guaíra, onde ainda estuda.

A aprovação é o início de muitas conquistas para Marina, de 15 anos, que desde os 4 anos participa do Grupo de Dança do Colégio Marista, no qual freqüenta o 2.º ano do ensino médio. Para concorrer à vaga, Marina passou por um treinamento rigoroso de quatro anos. Hoje, sente-se recompensada por todo o esforço. "Estou muito feliz e preparada para enfrentar mais este desafio", diz.

E não faltarão desafios. Além da rígida formação que segue à risca a metodologia russa, a dupla terá de buscar patrocínio para dar conta da nova vida que inicia longe da família. A Escola Ballet Bolshoi oferece bolsas para 95% de seus alunos. O custo é repassado aos governos e ONGs de alguns estados conveniados. O Paraná ainda não se prontificou a compor esta lista, por isso, se não conseguirem apoio pela Lei de Incentivo à Cultura, Bernardo e Marina terão de arcar com despesas como moradia, mensalidades (de R$ 465), transporte e educação.

Espera-se que isso não seja empecilho para que a dupla realize seus sonhos – Bernardo quer ser o primeiro bailarino de uma grande companhia brasileira ou internacional. Já Marina ambiciona fazer parte do Ballet Bolshoi. O que à primeira vista pode parecer mania de grandeza, é um desejo possível para inúmeros bailarinos que passam pela Escola do Ballet Bolshoi no Brasil. Um exemplo é Mariana Gomes, a única brasileira contratada pelo Ballet Bolshoi de Moscou.

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