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Território Banal - Cia. Azul Celeste | Jorge Etecheber / Divulgação
Território Banal - Cia. Azul Celeste| Foto: Jorge Etecheber / Divulgação

"Território Banal", apresentado neste domingo no FIT - Festival de Teatro de São José do Rio Preto, é mais uma peça que discute o próprio fazer teatral.

Mas, se começa com o velho truque da marcação com fita crepe e com o diretor, Jorge Vermelho, dando os últimos ajustes no palco, evolui para um vistoso nonsense que lembra de longe "Gargólios", de Gerald Thomas -- à qual os integrantes do coletivo Azul Celeste, aqui mesmo de SJ Rio Preto, não assistiram.

O espetáculo não "agradou geral", mas foi reconhecido por diversos editais, com o Sesi Viagem Teatral, pelo qual irá circular até 8 de dezembro pelo interior de São Paulo. Jorge Vermelho conversou com a reportagem entre duas apresentações da peça:

O que a peça diz sobre sua visão do teatro?Olha, essa arena onde pisamos é bastante complicada. É um espaço privilegiado diante do espectador, então acho muita responsabilidade o que se defende como ideia. Muita gente diz que é um espaço sagrado, o que acho romântico demais. Acho que é um espaço de liberdade, e o espetáculo discute isso, do que a gente trata. Se fomos eleitos para estar nele para falar de alguma coisa, do que é que vamos falar? Esse texto questiona isso, porque nas apresentações eu questiono isso com o grupo, o que é o teatro que eu faço, e por quê. E se tem razão ele ter continuidade. Só acredito no teatro que te tira de um lugar confortável, que provoque reflexão e te mova. A vida só faz sentido quando você avança.

O texto diz que o teatro precisa parar de fingir. Você acredita nisso?Mesmo que seja uma ficção, ele tem que parar de fingir. As pessoas são belas e deveriam se mostrar, e não confiar numa persona que criam e colocam diante delas. O teatro urgentemente está precisando de humanidade, seja em que estética for. Ele precisa realizar um verdadeiro encontro com seu público. Senão vamos esvaziar os teatros. Não tenho mais interesse em ver no teatro virtuosismos estéticos. Ele é uma tribuna.

A peça mudou desde a estreia em setembro passado?Muda todo dia, hoje algumas coisa apareceram, algumas intervenções minhas. Essa coisa de eu passar batom... e a relação entre o elenco também. Depende da plateia, que hoje estava comportada.

Qual a importância do FIT para a cena local?Fui diretor do FIT de 2001 a 2009 e acredito na potência dele. As pessoas da cena local deveriam se permitir ser permeados pelas discussões que se apresentam nessa tribuna. São muito importantes os encontros, a troca, porque me interessa saber como o outro está fazendo e por quê.

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