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Seis prostitutas, três homens, duas épocas. Música Para Ninar Dinossauros (confira o serviço completo), do diretor londrinense Mário Bortolotto, traz uma crítica às relações conjugais e uma apologia à solidão com muitas drogas, bebidas, música e melancolia.
Depois de uma estreia conturbada com duas horas de atraso, a peça que marca o retorno de Bortolotto aos palcos depois de levar três tiros em São Paulo, começou sua segunda apresentação no SESC da Esquina lotado, exatamente às 21h08 desta sexta-feira (19).
Ao piano, o Igor (Mário Bortolotto) do presente aguarda até que a plateia se acomode. Um blackout anuncia uma viagem no tempo, para a década de 80, com o Igor do passado e seus dois amigos inseparáveis Zetti (Lourenço Mutarelli) e Treta (Paulo de Tharso) na mesma kitinete se divertindo com três prostitutas. A fusão entre passado e presente acontece em vários momentos do espetáculo e mostra que os personagens, mesmo depois de 20 anos, continuam os mesmos solteirões beberrões que precisam do suporte de profissionais do sexo para encarar a realidade.
Eles já amaram, mas não se casaram. Sonharam, mas não conquistaram nada. E parecem estar bem com isso. Nasceram na década de 60, mas viveram mesmo a de 80 quando, segundo eles, não havia muito para se viver. Igor, Zetti e Treta gostam da solidão e não se importam com o que se transformaram: dinossauros que não evoluíram e logo serão extintos. Como Zetti disse, "com um presente de merda, um passado que não vale a pena ser lembrado e um futuro previsível".
A peça arranca risos, mas principalmente nos leva a uma reflexão sobre expectativas. Como Igor lembra, quando há muitas expectativas, fica mais fácil se decepcionar. E isso pode acontecer com Música Para Ninar Dinossauros.
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