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Postagens da jornalista Letícia Junqueira em seu blog renderam um livro de leitura leve e divertida | Divulgação
Postagens da jornalista Letícia Junqueira em seu blog renderam um livro de leitura leve e divertida| Foto: Divulgação
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Serviço

Chá-tice – Discussões sem Sentido a Respeito de Coisas Que Não Fazem a Menor Diferença. Letícia Simoni Junqueira. Blogbooks. 146 páginas. R$ 29. Crônicas.

A discussão sobre relacionamentos, sexo, amor verdadeiro, TPM, dilemas cotidianos e muitas outras "piras" femininas quase sempre entram em um balaio perigoso de assuntos que tendem a render textos piegas e desinteressantes. Pois, no livro Chá-tice – Discussões sem Sentido a Respeito de Coisas Que Não Fazem a Menor Diferença a jornalista e artista gráfica paranaense Letícia Junqueira prova que é possível falar sobre tudo isso sem fazer doer.

A lembrança de um dia no trabalho do pai engenheiro, que acaba em uma grande reflexão sobre a morte, ou a análise de como é mais fácil limpar o leite derramado no fogão do que a bagunça em um coração devastado, cria uma obra criativa, divertida e, ao mesmo tempo, boa para refletir.

A maioria das crônicas nasce das experiências vividas pela própria autora ou da observação da vida alheia. Coisas simples, como o prefácio do jornalista Marcos Vicente Xavier, editor de Esportes da Gazeta do Povo on-line, anuncia, fisga o leitor, que mal percebe a rapidez com que vira as páginas.

Aliás, a fluidez da obra tem uma ajuda grande no formato. Publicado pela editora Blogbooks, a obra é a reunião de posts de Letícia no blog que dá nome ao livro. O primeiro post que aparece no livro é de 8 de julho de 2003 e o último, de 4 de novembro de 2010.

Estilo

Divididas pelas datas das postagens, as análises comportamentais, grandes reflexões, ou o desabafo de quem precisava escrever para esquecer chegam ao leitor em suaves drops. Pequenos blocos de textos que permitem uma leitura mais tranquila, pausada. Perfeita para quem não gosta de engolir, mas prefere absorver literatura.

No estilo, Letícia segue quase como uma Martha Medeiros, só que mais desbocada, desencanada, sem medo de se revelar. Fala de seus gostos e experiências, escancara a vida pessoal e deixa evidente que não está preocupada em se portar como boa moça nem no texto (os palavrões são recorrentes), nem na vida.

As citações de autores como Paulo Leminski, Vinicius de Moraes e Clarice Lispector aparecem camufladas nos textos. Na declaração do amor por um, na vontade de dizer o que o outro já disse e assim por diante. A referência constante aos grandes revela de onde vem o sadio repertório da jovem autora.

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