Desde os primeiros segundos, "Ultimato Bourne", que chega aos cinemas nesta sexta-feira (24), pega o público de jeito. Aqui, a perseguição não é apenas um instrumento narrativo, mas a alma da história, tratada com enorme talento e velocidade frenética pelo diretor Paul Greengrass (de "Vôo United 93"). Correr é a palavra de ordem e, acredite, você vai querer correr com Jason Bourne até o fim.O filme fecha a trilogia em que o astro Matt Damon vive o espião Jason Bourne, que, após perder a memória, tenta descobrir sua verdadeira identidade e o motivo por que é procurado em todo o mundo. Depois de sobreviver às situações mais estapafúrdias em "Identidade Bourne" e "Supremacia Bourne", o protagonista, mais uma vez, comprova sua inteligência, determinação, habilidade física e, por que não, carisma.
Não há tempo para fugir, mas Bourne escapa. Não há tempo para pensar, mas ele sai com uma tirada genial. Não é sempre que se vê no cinema um personagem tão irreal conseguir ser tão convincente.
Desta vez, Bourne é caçado em Moscou, Madri, Tanger, Nova York, Londres, Paris e Turim por agentes do CIA armados com a mais alta tecnologia. Eles querem acabar com o espião, que é testemunha de uma operação ultra-secreta, assassina e ilegal da agência.
Alguns furos de roteiro são largados pelo caminho, é verdade, e provavelmente precisaria de um quarto filme para poder explicar todos eles. Como Bourne viaja de país em país sem dinheiro nem documentos? Como o CIA consegue localizá-lo nos confins do mundo mas não consegue agarrá-lo? Perguntas como essas batem sim à porta da mente, mas e daí? Quem liga para a lógica quando a ação consegue hipnotizar?
O diretor caprichou na edição e não economizou nos efeitos especiais e dublês, que dão vida a sucessivas perseguições de carro e improváveis saltos de janelas, que vão desdobrar em novas perseguições e novos saltos. A ação segue sem interrupção e com tanta naturalidade que, ao final da sessão, o mundo real até parece andar em câmera lenta.
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