O violeiro e sua viola

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Os fãs da música regionalista têm um bom motivo para sair de casa este sábado à noite. O cantor e violeiro Almir Sater se apresenta amanhã, às 21 horas, no palco do Guairão, com o que sabe fazer melhor: música popular brasileira de qualidade e sons de raiz.

Nascido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Almir, com vinte e pouco anos, foi para o Rio de Janeiro estudar Direito. Três anos de curso bastaram para decidir que nunca seria advogado. O tempo passado na capital carioca – em conjunto com a solidão provocada pela cidade grande – aproximaram Almir de sua viola, companheira desde a infância. Ao passar pelo Largo do Machado – reduto nordestino do Rio de Janeiro – Almir parou para ouvir as duplas regionalistas que se apresentavam. E decidiu que era hora de retornar à sua terra natal.

Novamente em Campo Grande, Almir recuperou sons e ritmos do Pantanal, incluindo a viola de dez cordas – mais conhecida como viola caipira – que é a base da criação da música do interior do país. Sua sonoridade difere do violão por ser mais seca, mais difícil de afinar. Almir aprendeu o instrumento de ouvido, assim como a charanga e o bandolim. No final dos anos 70, formou a dupla Lupe e Lampião, e em 1981 gravou, já em carreira-solo, o disco Almir Sater, que inclui os hits "Chalana" e "Um Violeiro Toca". "A viola caipira tem as afinações mais abertas, acordes naturais. É um instrumento que serve para ponteio, não se presta muito para harmonização como o violão", explica o músico, que no show de sábado toca também o violão de 12 cordas.

Além da óbvia influência da música sertaneja e dos violeiros, o som de Almir Sater, classificado por ele mesmo como folk brasileiro, passa por referências como o country americano, e instrumentistas e compositores como Tião Carreiro e Eric Clapton.

É no palco que Almir Sater se sente à vontade. "O show é o fundamental na minha vida. Um show é completamente diferente do outro. Às vezes você passa o som, está tudo ok, mas muda com a entrada das pessoas. Você nunca sabe o que vai acontecer", conta Almir, que apesar do apuro técnico, procura manter a naturalidade, sem deixar a emoção de lado. "O meu show é sempre o meu velho show", revela.

O repertório deste sábado inclui: "Terra de Sonhos", "Peão", "Tocando em Frente", "Trem do Pantanal", "Chalana" e "Um Violeiro Toca", música-título da coletânea lançada no ano passado pela Som Livre. Além de Almir Sater, a apresentação conta com os músicos Rodrigo Sater (voz e viola), Gisele Sater (vocal), Nadinho Feliciano (baixo), Luis Lopes (teclado) e Papete (percussão).

Serviço: Almir Sater. Show com o cantor e violeiro sul-matogrossense. Guairão (Praça Santos Andrade, s/n.º). Dia 28 de abril, às 21 horas. Ingressos a R$ 80 (platéia), R$70 (1.º balcão) e R$60 (2.º balcão). Mais informações pelo telefone (41) 3304-7982.