Capa do CD "Martinho da Vila, do Brasil e do Mundo"| Foto: Reprodução

A idéia que fundamenta a obra do mineiro Marcos Coelho Benjamin é a negação de qualquer teoria. Suas criações poderiam ser esculturas, mas o artista prefere chamá-las de objetos – ainda assim, com ressalvas. "O objeto pressupõe muito conceito. Eu fui tirando a literatura por trás da obra, são objetos silenciosos", define.

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Depois de cinco anos de intensa produção e nenhuma exposição – já que estava cansado do "show" que envolve um vernissage –, Marcos Benjamin participa desde maio da exposição 80/90 Modernos, Pós-Modernos Etc, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, até 15 de julho. Mas suas obras também podem ser vistas por aqui, na mostra Marcos Coelho Benjamin, que ocupa a Simões de Assis Galeria de Arte até 11 de agosto.

Já faz 15 anos que o autor deixou de propor títulos às suas criações, convencido de que não deve fornecer qualquer informação que direcione a fruição. "Insisto em fazer uma obra que só se perceba pelos olhos, em uma época que mais se percebe pelos ouvidos", diz. Com a postura anti-pós-moderna, ele pretende romper a "aura" de encantamento que inebria os artistas. "Parece que a arte é salvação, que a arte transcende, mas desculpe, não transcende".

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A personalidade contestadora remonta à juventude, quando publicou algumas ilustrações no polêmico jornal O Pasquim. Os desenhos foram abandonados há mais de uma década, por não sobrar tempo além do dedicado à concepção e confecção dos objetos, mas legaram às formas tridimensionais do artista o grafismo, as texturas e linhas que a caracterizam.

Em seu ateliê em Belo Horizonte, Marcos Benjamin conta com três ajudantes para vencer a rigidez do zinco, seu material predileto. "O zinco permite oxidações muito bonitas, aveludadas e brilhantes", diz. Com a solda nas mãos de artesão, ele abre buracos nas chapas galvanizadas criando um padrão rendado pelo qual a luz penetra. Outras vezes, retira a película do metal e faz aflorar o ferro, como a "carne" revelada sob a "pele" de zinco.

"Tenho um pé na arte povera. Quando criança, gostava muito de arco-e-flecha e arapucas, me encantava o design das gamelas, peneiras e facas. Essas coisas banais que funcionam muito são intrinsecamente belas. Então tirei a função e deixei só o belo", diz. "Chamo de arquiteturas inúteis", completa o artista que, apesar de avesso à conceituação, sabe bem como definir a sua arte.

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Serviço: Marcos Coelho Benjamin – Simões de Assis Galeria de Arte (Alameda D. Pedro II, 155), (41) 3232-2315. 2.ª a 6.ª das 10h às 19h e sáb. das 10h às 13h. Até 11 de agosto.

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