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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

O público brasileiro não terá a mesma sensação que teve John Lennon em 1966, quando subiu as escadas, pegou uma lupa e leu pintada no teto a palavra "yes". A obra "Ceiling painting" (pintura no teto), que fez com que o Beatle se encantasse pela artista, faz parte da retrospectiva da obra de Yoko Ono, de 74 anos, que será aberta em São Paulo neste sábado e fica em cartaz até 3 de fevereiro. Mas os brasileiros não poderão interagir com ela do mesmo modo que Lennon pôde.

Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, onde está sendo montada uma das maiores mostras do mundo com as obras de Yoko, a artista comentou a frase de seu falecido marido "Yoko Ono é a mais famosa artista desconhecida do mundo". Ela disse que isto está mudando gradualmente e que está feliz por estar viva e ver seu trabalho tornar-se cada vez mais reconhecido.

- Quando sou convidada a me apresentar em outros países, fico em dúvida sobre ir ou não. Mas, depois de mostrar meu trabalho, acho que consigo tocar as pessoas - disse Yoko, sobre o fato de ter se tornado uma celebridade por ser mulher e, depois, viúva de John Lennon.

A única exigência da artista foi ter entre as 80 obras selecionadas para a mostra em SP peças da série "Blood objects", de 1993, que, por meio de objetos cotidianos como um porta-retrato, um óculos de armação redonda (como os que Lennon usava) ou uma camisa manchados de sangue, trata de família e violência urbana, com foco principal na questão do abuso contra as mulheres.

Além da exposição, Yoko Ono fará nesta quinta-feira uma performance no Theatro Municipal de São Paulo. Não quis dar detalhes sobre a apresentação e seu conceito.

- Se eu pudesse explicar, não teria que fazer a performance - respondeu, enigmática, convidando os jornalistas a assistí-la.

Engajada, Yoko disse ainda considerar importante a defesa da paz.

- Eu estava no Japão na Segunda Guerra Mundial. Guerras não são necessárias. Podemos negociar ou, talvez, usar advogados - ironizou.

Aspectos políticos e sociais continuam marcantes em sua obra.

- Os artistas norte-americanos estão tentando dar voz aos sentimentos do povo, mas são ignorados.

A exposição está dividida em quatro partes. Começa nos anos 50, em japonês e vai dos anos 60 até os dias atuais, com a produção em inglês da artista, que se considera uma "cidadã do mundo ou do universo". O curador Gunnar Kvaran explicou que na mostra pode-se perceber a ruptura radical da artista a partir dos anos 60, quando ela reduziu a arte à essência das idéias.

- Em conseqüência disto, o objeto desaparece e entra em cena a ótica do observador. O público vira parceiro da criação - explicou o curador.

Exposição: "Yoko Ono - uma Retrospectiva" - Abertura: 10 de novembro, às 11h. Até 3 de fevereiro de 2008, de terça a domingo das 9h às 20h. Entrada gratuita. Programa Educativo. Agendamento prévio de segunda a sexta pelo tel.: (11) 3113.3649 (grátis). Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo. Informações: (11) 3113-3651 / 3113-3652

Performance: "Uma noite com Yoko" - Dia 8 de noevmbro, às 21h, no Theatro Municipal de São Paulo. Praça Ramos de Azevedo, s/nº. Ingressos de R$ 60 a R$ 200. Telefone para informações: 11 32238638. Vendas por telefone: 11 68466000

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