Os abalos da crise econômica que tomou o mundo em 2008 mal foram solucionados quando, novamente neste ano, um novo colapso parece se aproximar, com países ricos em recessão pedindo ajuda para emergentes. Com a temática "Além da Crise", a 6ª Vento Sul Bienal de Curitiba, que terá solenidade de abertura hoje e inaugura amanhã para o público, buscou obras de mais de 70 artistas de 35 países que questionam essa nova configuração de mundo.
"As obras unem dois conceitos cruciais, que é a crítica da sociedade e também da arte. Uma mostra não é um boletim de economia, mas, como muitos trabalham conceitos de conflitos e exclusão, o título tem uma certa razão de ser", diz o curador-geral Alfons Hug, que divide a tarefa com Ticio Escobar. Com um orçamento estimado em R$ 4 milhões (via Lei Rouanet, e com patrocínio de grandes empresas), cerca de mil pessoas, incluindo a equipe da Bienal e dos 67 espaços (entre museus, interferências urbanas e locais de cursos e palestras) trabalham no evento.
Para trazer obras dos mais distintos países, Hug conta que o trabalho de pesquisa é intenso: ele encontrou, por exemplo, a obra do colombiano Camilo Restrepo, com fotografias de grandes cachimbos usados para fumar bazuco, mistura de drogas consumida em diversas cidades latino-americanas, em uma pequena galeria de Medellín. "Vi por um acaso. Esse tipo de pesquisa é impossível de se fazer dentro de um escritório." A Vento Sul trará também 19 trabalhos de artistas brasileiros e, no total, cinco continentes estão representados no evento.
Seleção
Entre as diversas opções presentes nos museus, o curador Alfons Hug ajudou a listar alguns destaques da Bienal. Confira cinco dessas escolhas nesta página.
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Serviço:
6ª Vento Sul Bienal de Curitiba. Abertura hoje para convidados, às 17 horas, no Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999). Confira todos os espaços expositivos no Guia Gazeta do Povo.
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