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Apaixonado por literatura e arte, o artista gráfico, pintor e antiquário Marcelo Nogueira decidiu encarar um novo empreendimento: abrir uma editora de livros de arte e fotografia em Curitiba.

Inspirado nas obras lançadas pela editora alemã Taschen, uma das mais importantes do mercado, Nogueira pretende lançar uma série de publicações a partir dE 2006. Uma antologia de poetas poloneses já está sendo finalizada e deve ser lançada no primeiro semestre. Depois de algumas negociações relacionadas aos direitos autorais, os contos já foram traduzidos e serão apresentados em polonês, inglês e português.

Um segundo livro, com uma coleção de fotografias eróticas dos séculos 17 e 18, também está em vias de ser finalizado. O artista pesquisa essas imagens há dez anos e, finalmente, adquiriu material suficiente para um volume desse porte. "Quero lançar obras de bom gosto, visualmente atraentes, mas aliadas a um conteúdo de qualidade e consistência", explica.

Artes plásticas e literatura estrangeira não são as únicas frentes que serão exploradas pela editora. Publicações de fotojornalismo, moda, design e arquitetura também fazem parte do projeto. Um dos principais objetivos é descobrir novos talentos e valorizar a produção local.

Nogueira espera que toda a produção possa ser realizada em Curitiba. A conceituada Taschen ofereceu uma parceria com o paranaense, mas ele prefere bancar a iniciativa e se lançar de forma independente. "Infelizmente, o preço da impressão ainda é muito mais barata no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas ainda espero fazer tudo por aqui", conta.

Por conta própria

Por enquanto, a editora é formada pelo próprio Nogueira e sua irmã. Graças à tecnologia digital e à internet, ele não precisa se preocupar com funcionários e nem com a estrutura física. Os demais integrantes da equipe são colaboradores e autônomos, o que faz com que os custos de produção sejam muito mais baixos. "Esse é um segmento que ainda não existe no Brasil, mas não quero que o negócio se transforme em um varejão. Os livros serão lançados aos poucos, vendidos a preços acessíveis, para que todos possam adquiri-los", explica.

Mesmo tomando essas medidas, o empreendimento de lançar uma nova editora no mercado nacional ainda é caro e arriscado. Apesar disso, Nogueira não tem a intenção de procurar o apoio das leis de incentivo. "Eu desisti, não compensa e é um processo complicado, burocrático e mal-utilizado", comenta.

Apesar de trabalhoso, acompanhar todos as etapas de produção dos livros é uma responsabilidade que agrada a Nogueira, mas compartilhar a sua paixão por arte com artistas, escritores e leitores de todo o país é ainda mais compensador. "O Brasil ainda está vivendo um processo civilizatório. Grupos sociais de alto e baixo poder aquisitivo estão no mesmo barco, falta conhecimento e opinião. Quero criar um espaço para desenvolver o livro como objeto de arte, que desperte a curiosidade tanto dos leigos quanto dos mais informados", revela.

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