Prince Rogers Nelson era um artista extremamente talentoso. Gravava discos sozinho, tocando todos os instrumentos. Tinha uma extensão vocal invejável, podendo atingir falsetes de arrepiar. Dançava magneticamente pelo palco sem deixar de mostrar seu lado virtuoso na guitarra. Compôs sua primeira canção aos sete anos e concebeu seu primeiro disco ainda menor de idade já por uma das maiores gravadoras do mundo. Contudo, sua vida e carreira ficarão marcadas por quatro características que vão bem além da música.
Ícone da música pop, Prince morre aos 57 anos nos EUA
Prince foi um dos principais nomes da cena musical nos anos 1980, com destaque para o álbum “Purple Rain”
Leia a matéria completaAproveitando-se de sua baixa estatura e tipo físico franzino, brincava facilmente com elementos do masculino e do feminino em um tempo no qual a construção da imagem de um artista era tão importante quanto a sua sonoridade. Eram os anos 1980, marcados pela explosão do audiovisual. Quem não tinha a sua produção veiculada em clipes promocionais pela Music Television e outras emissoras de TV era praticamente uma carta fora do baralho do mundo pop. Esperto, Prince não só se fez provocando confusão na cabeça de quem o conhecia pelo vídeo, como ainda estendia a proposta aos palcos e capas de discos – chegando a posar para um deles sem roupa, em pose de ninfa sobre flores.
Prince também era uma pessoa extremamente obcecada pelo controle de sua própria produção. Nos últimos anos, bradava contra downloads ilegais e o uso de sua música em vídeos alheios. Todos os jornalistas que foram convidados a entrar em seu complexo de estúdios Paisley Park para entrevistá-lo tinham de seguir ordens rígidas de não carregar gravadores nem máquinas fotográficas.
No começo dos anos 1990 armou o maior quiproquó com a sua gravadora, que o queria lançando menos títulos para poder trabalhar melhor a sua obra. O músico, então, achou uma polêmica saída legal, mudando oficialmente o seu nome para um símbolo indecifrável e indescritível, dificultando as ações promocionais dos departamentos mundiais de marketing da Warner, com quem manteve depois apenas um contrato para distribuição de seus discos.
A compulsão criativa é o terceiro grande elemento de sua trajetória.
Ele morava em Paisley Park justamente para poder criar e gravar todos os dias. Entre 1978 e 2015 ele praticamente fez um álbum por ano, quando não dois ou três, fora outros discos para outros projetos que não eram centrados diretamente em seu nome. E também sempre se falou que ele mantinha guardada em seus arquivos secretos uma quantidade tal de registros que possibilitariam o lançamento de dezenas de obras posteriores à sua morte.
Prince também era uma figura bastante misteriosa, que dava poucas entrevistas e mantinha sua vida pessoal de modo bastante reservado e fora dos holofotes da imprensa. Seu livro de memórias, com o lançamento previsto para o próximo ano, já estava sendo bastante aguardado por conta disso. Agora, com sua morte, muitas informações inéditas sobre ele podem vir à tona. Mas, com certeza, nada que se sobreponha a toda genialidade artística mostrada ao público nestas últimas quatro décadas.
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