Oliver Stone fará filme sobre golpe na Venezuela, diz Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que o cineasta ganhador do Oscar Oliver Stone está planejando rodar um filme sobre o golpe de Estado ocorrido no país em 2002 e que o tirou do poder brevemente.

Chávez, um crítico feroz dos Estados Unidos, afirma que autoridades norte-americanas estão por trás do golpe que derrubou seu governo por menos de dois dias. Os Estados Unidos negam as acusações.

Stone, que ganhou Oscars pelos filmes "Platoon" e "Nascido em 4 de julho", sobre a guerra do Vietnã, e dirigiu em 2003 o documentário "Comandante", sobre seu encontro com o presidente cubano Fidel Castro, vai juntar forças com o produtor britânico John Daly, com quem trabalhou em "O último imperador", disse o presidente venezuelano.

- Notícia importante, dois cineastas juntaram forças para fazerem um filme sobre o golpe na Venezuela - disse Chávez durante seu programa semanal, exibido no domingo (21).

O presidente venezuelano disse que seu governo deu a Stone e Daly permissão para anunciarem planos sobre o filme no Festival de Cannes.

Uma aliança de políticos e oficiais rebelados das Forças Armadas da Venezuela assumiu o poder do país em 12 de abril de 2002, após informações de que Chávez tinha renunciado depois que mais de uma dezena de pessoas morreram quando atiradores abriram fogo durante uma enorme manifestação promovida pela oposição.

Chávez insistiu que ele nunca renunciou e retornou ao poder apoiado por simpatizantes e tropas leais em 14 de abril do mesmo ano. O golpe tem sido tema recorrente na guerra de palavras entre Chávez e Washington, que considera o líder venezuelano uma ameaça à democracia.

As relações entre os Estados Unidos e a Venezuela continuam tensas, principalmente porque Chávez cultiva alianças com inimigos americanos como Irã e Cuba e acusa Washington de promover políticas externas de "dominação imperialista".

O Departamento de Estado dos EUA anunciou na semana passada que o país não venderá mais armas para a Venezuela, insistindo que a nação sul-americana falhou ao cooperar nos esforços globais de luta contra o terrorismo.