A ironia tomou conta, nesta sexta-feira, do evento das Nações Unidas em Curitiba. A Coalizão Contra a Biopirataria, que reúne organizações não-governamentais de vários países, concedeu o Prêmio Capitão Gancho a 10 pessoas, países ou instituições que têm causado danos à vida do planeta. Em outro evento paralelo à COP8, o Greenpeace deu o Prêmio Bola Murcha à Austrália pela insistência em defender a permissão para campos experimentais de sementes terminator, aquela que impede a reprodução.

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A Coalizão Contra a Biopirataria também concedeu o Prêmio Cog ("cogs" eram navios desenhados para repelir ataques de piratas) a quem luta contra a biopirataria. A Rede de Defesa do Milho e o Povo Wixárika (México) e a Deccan Development Society (Índia) levaram o troféu de melhor defesa dos povos; a Via Campesina ganhou no quesito melhor defesa da soberania alimentar; o Grupo da África na CDB levou o de melhor defensoria; o Programa Comunitário de Desenvolvimento e Conservação da Biodiversidade recebeu o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido; o Edmonds Institute e o African Centre for Biosafety foram os melhores denunciantes; Magda Aelvoet, Vandana Shiva e Linda Bullard derrotaram na Justiça uma empresa européia que tentou patentear um fungicida usado há séculos pelos agricultores. Sua história ganhou o prêmio de vitória mais agradável. A entrega simbólica ocorreu na tenda do Fórum Global da Sociedade Civil.

Já o Greenpeace vai conceder o Prêmio Bola Murcha todos os dias até o fim da COP8. Os países que acumularem mais nomeações concorrem à grande final, e o prêmio será dado ao país que mais contribuir para impedir o principal objetivo da COP, a redução da perda de biodiversidade até 2010. Em época de Copa do Mundo, o troféu é uma bola murcha com um mapa mostrando as últimas florestas intactas do planeta. O troféu ficará no estande do Greenpeace à disposição dos ganhadores, que, obviamente, não irão buscá-lo.

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