Cerca de 90% dos pequenos animais e microorganismos presentes no solo são desconhecidos da ciência e uma parcela significativa dessa biodiversidade pode estar sendo dizimada pela agricultura realizada sem o manejo correto. O alerta foi feito nesta quarta-feira, na COP8, por pesquisadores que apresentaram os resultados iniciais de um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) promovido em sete países, inclusive o Brasil, desde 2002.
A pesquisa concluiu que a derrubada de florestas para o uso agrícola efetivamente promove a redução de espécies do solo e que é muito difícil recuperar o que foi perdido. A coordenadora da pesquisa no Brasil, a professora Fátima Moreira, da Universidade Federal de Lavras (MG), disse que os organismos presentes no solo preservado encontram-se em equilíbrio. Um desmatamento, porém, pode fazer com que algum desses microorganismos se prolifere, tornando-se uma praga.
O pesquisador George Brown, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), acrescentou ainda que a perda da biodiversidade do solo pode tirar a possibilidade de se estudar microorganismos que eventualmente venham a ser usados para a fabricação de novos remédios. A penicilina, por exemplo, foi descoberta a partir de um fungo presente no solo, disse.
O secretário-geral da Convenção de Biodiversidade da ONU, Ahmed Djoghlaf, afirmou que o estudo será utilizado como base para a proposição de medidas de conservação do solo. A pesquisa, que custou US$ 26 milhões, está sendo realizada no Brasil, Costa do Marfim, Indonésia, Índia, Quênia, México e Uganda.
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