Ópera no cinema e ao vivo

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Curitiba teve shows do Queen e do Led Zeppelin em 2012. No cinema, claro. Projeções de eventos culturais que fogem ao longa-metragem têm atraído público e podem até ajudar a formar plateia para outros tipos de registro. É o caso da ópera, que, rara nos palcos paranaenses, vem sendo apresentada ao ritmo de duas por mês nas salas de exibição do Cinemark e UCI, que traz hoje A Clemência de Tito nos shoppings Estação e Palladium. Ao contrário dos shows de rock citados, gravados em 1986 e 2007, respectivamente, as óperas são ao vivo.

"A exibição de um conteúdo erudito em um espaço que geralmente exibe peças mais populares também atrai pessoas que não conhecem ou não costumam frequentar esse tipo de programa", acredita a diretora de marketing da rede UCI Monica Portella. "Tentamos estimular o público a apreciar esse tipo de espetáculo", diz. O UCI trará ainda em dezembro Um Baile de Máscaras, Aída e seis outros espetáculos em 2013 que integram a temporada do Metropolitan Opera de Nova York.

"Tem que, no mínimo, gostar um pouco", avisa o dramaturgo Diego Gianni, de 30 anos, que assistiu a Otello em outubro, sua estreia neste gênero cênico. "Dá uma sensação diferente por ser ao vivo. E no intervalo eles exibem entrevistas", contou à Gazeta do Povo.

O preço de R$ 60 pode assustar, mas vale se considerada a experiência de assistir em tempo real a uma apresentação de três horas de duração entremeada por falas de quase todo o elenco da obra (mas que, ao contrário da transmissão da ópera, não ganham legendas).

Já a rede Cinemark apresenta as produções da Royal Opera House de Londres, com transmissões de óperas e balés da temporada 2012-2013. "São óperas consideradas no meio artístico como mais modernas, com solistas e maestros mais jovens", explica a diretora de marketing da rede, Bettina Boklis. Ela aponta que o balé atrai mais famílias, enquanto a ópera costuma receber mais mulheres.

Os seis espetáculos exibidos pelo Cinemark na última temporada em 13 cidades brasileiras atraíram um total de 35 mil pessoas. Para este ano, estão previstos o balé Quebra-Nozes, e as óperas La Bohème, Carmen, A Bela Adormecida, Nabucco e La Fille Mal Gardée.