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“Corpos de Água 1” (2005), de Carol Armstrong: água como símbolo do feminino | Carol Armstrong / Divulgação
“Corpos de Água 1” (2005), de Carol Armstrong: água como símbolo do feminino| Foto: Carol Armstrong / Divulgação

Mostra de sons alemães agita o Instituto Goethe

A exposição itinerante multimídia Musik + X abre hoje, na sala de exposições do espaço Fabrika, no Instituto Goethe de Curitiba, como um simulacro de um festival jovem de música alemã. Serão montados palcos com imagens e sons de quatro gêneros musicais que predominam nos setlists dos iPods daquele país: pop, hip-hop, indie e techno.

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A água e a terra em oposição são elementos que uniram os fotógrafos brasileiros Fernando Azevedo e Leonardo Kossoy e a norte-americana Carol Armstrong na exposição Onde a Água Encontra a Terra (confira o serviço completo), que já passou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo e chega hoje, a partir das 19 horas, ao Museu Oscar Niemeyer.

Em 2007, o trio se reuniu em Nova York para criar um projeto de mostra que investigasse as relações entre imagem e teoria da cultura, a partir de 53 fotografias que relacionam e contrapõem água e terra, fluidos e sólidos e masculino e feminino. Esta última bipolaridade é uma das marcas mais visíveis na obra de Carol Arm­strong, professora de História da arte da Universidade de Yale e articulista da prestigiada revista no­­va-iorquina Artforum.

A água, na simbologia pretendida pela fotógrafa especialista em estudos relacionados à mu­­lher, é feminina. "Sua obra está estruturada por um olhar feminino centrado em sua condição fluida, que inclui o simbolismo da água", escreve o curador Paulo Herkenhoff no livro que acompanha a exposição. A série Corpos de Água, de 2005, é a que mais diretamente explicita a discussão ao apresentar uma mu­­lher inerte, boiando em um lago de águas turvas pela vegetação, com os seios muito brancos e os olhos sombreados de verde como a natureza de sensualidade lúgubre que a cerca.

Já para o carioca Fernando Azevedo, a água revela indícios da vida cotidiana, e a terra, a ur­­banização moderna. Um exemplo é a série Brooklyn, em que o fotógrafo registra a água sendo escoada pelo ralo de uma pia ou uma garrafa de água com gás em primeiro plano sob um desfocado fundo vegetal. Mestre em Filosofia e História da Arte pela City University de Nova York, Azevedo atua como curador, crítico de arte e ilustrador e, pela primeira vez, exibe suas fotografias nesta exposição.

Todos os anos o paulistano Leonardo Kossoy fotografa pelo Mediterrâneo, região do planeta onde descobriu a conjunção ideal para suas criações. "No Me­­di­­ter­­râneo, Kossoy encontra seu panorama e seu particular, sua relação entre luz, geografia, história da arte e fotografia", escreve Herkenhoff.

No catálogo, o curador capixaba dá sentido a cada imagem e ao conjunto de todas elas, relacionando-as a conceitos da filosofia, da literatura e da história da arte. As teorias são fundamentais para falar dessas obras de artistas que são também pesquisadores de arte e que criaram a exposição a partir de uma conceituação embasada, sobretudo, nos estudos dos filósofos Roland Barthes (A Câmara Clara, 1980) e Gaston Bachelard (A Poética do Espaço, 1957). "A mostra deve ser referida como um metaencontro com o real – a água e a terra – ou como uma condição de espaço e tempo produtivo do simbólico fotográfico", analisa Herkenhoff.

Serviço:

Onde a Água Encontra a Terra, no Museu Oscar Niemeyer – MON (R. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. Abertura, dia 15 às 19 horas. De terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. Ingressos a R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes) e livre (crianças de até 12 anos, maiores de 60 e escolas públicas pré-agendadas). Até 7 de novembro.

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