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• Nascido em 1943, no estado de Illinois, meio-oeste dos EUA, Samuel Shepard Rogers chegou a trabalhar como condutor de cavalos e ovelhas, ajudante de garçom, colhedor de laranjas e músico antes de escrever sua primeira peça, Cowboy, em 1964.

• Em 1971, época em que ele vivia com a cantora e escritora Patti Smith, no Hotel Chelsea, em Nova Iorque, Shepard escreveu a peça Cowboy Mouth, na qual o casal dividia o palco durante os espetáculos, apresentados no circuito off-off Broadway.

• 1979 – Ele foi agraciado com o prêmio Pulitzer para teatro pela obra Buried Child.

•1983 – Shepard recebeu uma indicação ao Oscar na categoria melhor ator coadjuvante por sua interpretação em Os Eleitos, adaptação de um romance de Tom Wolfe.

Criativo e autêntico, Austin é um talentoso roteirista de produções hollywoodianas comercialmente bem-sucedidas, com mulher, filhos, carro e dinheiro de sobra na conta bancária. Já seu irmão, Lee, é um andarilho que se dedica a vagar pelo deserto do Mojave, aberto a todo e qualquer tipo de experiência que a vida possa lhe proporcionar. Comete pequenos delitos como roubos de televisores para bancar a cerveja gelada de cada dia. Quando a mãe de ambos resolve passar férias no Alaska e pede que Austin fique em sua casa para cuidar das plantas, Lee aparece para uma visita inesperada e, após cinco anos sem contato com o irmão, passa a conviver com ele diariamente.

A partir desses dois personagens, o dramaturgo, escritor e ator norte-americano Sam Shepard – roteirista de Paris, Texas (1984) e Estrela Solitária (2005), ambos dirigidos por Wim Wenders – escreveu, em 1980, uma de suas mais celebradas peças, True West, em que ironiza sua própria trajetória conflituosa de roteirista da indústria cinematográfica multimilionária e autor de montagens teatrais cultuadas pelo público underground. Uma adaptação brasileira do contundente texto de Shepard, feita pela companhia gaúcha Teatro Estúdio, é uma das estréias de hoje na Mostra Oficial do 16.º Festival de Teatro de Curitiba.

"Desde que iniciamos a companhia, em 2001, procuramos textos drásticos, que possibilitem o desenvolvimento de um processo de concepção de uma linguagem própria. True West, apesar de ser considerada uma das narrativas mais tradicionais de Sam Shepard, é muito coerente com ele mesmo e traz uma marca muito forte, que é o deboche da própria ambigüidade de sua identidade por meio do embate entre os dois irmãos. Assim, lida com a natureza dupla de todos nós seres humanos", conta o diretor do espetáculo, Ramiro Silveira, em entrevista ao Caderno G.

Estreada em novembro do ano passado, em Porto Alegre, a adaptação, batizada de Mamãe Foi pro Alaska – True West, foi vencedora das categorias melhor ator (Evandro Soldatelli) e melhor atriz coadjuvante (Arlete Cunha), no prêmio Quero-Quero 2006, promovido pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul (Sated/RS), além de ter recebido cinco indicações ao troféu Açorianos, oferecido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Mesclando um elenco experiente, a projeções de vídeo, trilha sonora ao vivo interpretada pelo blueseiro Renato Velho e uma caprichada cenografia da artista plástica Zoé Degani, Mamãe Foi pro Alaska..., de acordo com o diretor, apresenta uma interpretação vigorosa, que explora a fisicalidade e o realismo do denso texto de Shepard. "Nos ensaios, trabalhamos com o que chamo de teatro playground, ou seja, os atores são submetidos a estímulos visuais, sonoros e textuais. Alimentando-se de várias cabeças, a montagem acabou ganhando um ritmo pontuado e um colorido surreal graças ao contraste do cenário não-realista com a interpretação e texto realistas", explica Silveira.

Serviço: Mamãe Foi pro Alaska – True West. Teatro Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 696). Hoje e amanhã, às 20h30. Ingressos a R$ 26 e R$ 13 (estudantes). Informações pelo telefone (41) 3304-2222.

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