Se não tivesse talento, Renato Russo, sem dúvida, não estaria em posição de destaque na galeria dos principais ícones do rock brasileiro de todos os tempos. Mas grande parte da fama do cantor e compositor e de sua banda, Legião Urbana, deve-se a boas doses de planejamento.
É o que se comprova nos capítulos de Renato Russo: o Filho da Revolução, ensaio biográfico disponível nas livrarias brasileiras há algumas semanas, escrito pelo jornalista Carlos Marcelo, 39 anos, editor executivo do Correio Braziliense. Sem as pretensões de uma biografia definitiva, a obra foca suas mais de 400 páginas no período vivido por Renato em Brasília e a relação da cidade com sua trajetória musical.
Incluem-se aí os dois anos que o músico passou imobilizado, na cama, tentando se recuperar de uma epifisiólise doença que provoca o desgaste dos ossos e cartilagens na região da cabeça do fêmur. Para passar o tempo, Renato, então com 15 anos, escrevia em seus cadernos a história de uma banda fictícia, batizada de 42nd Street, na qual ele, sob o pseudônimo de Eric Russell, cantava e tocava baixo. Quatro anos depois, já curado, Renato (já com o sobrenome artístico, Russo) trocou a ficção pela realidade ao formar a banda punk Aborto Elétrico.
Generoso ao presentear os fãs com diversos materiais inéditos, incluindo fotos de todas as fases da vida de Renato e fac-símiles de letras e anotações pessoais, Renato Russo O Filho da Revolução trata de maneira breve de alguns assuntos, como a vida amorosa do músico, sua relação com drogas e a doença cujas consequências o vitimaram em outubro de 1996. Em troca, o leitor fica sabendo de detalhes até então desconhecidos, como, por exemplo, o que se passou na cabeça de Renato após o fatídico show da Legião Urbana no estádio Mané Garrincha, em 1988, quando o vocalista encerrou a apresentação devido ao mau comportamento do público. Item de colecionador.
Serviço
Renato Russo O Filho da Revolução. Agir. 416 págs., R$ 59,90.
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