Programe-se
Orquestra de Câmara de Curitiba
Paróquia Bom Pastor (R. Victorio Viezzer, 810 Vista Alegre), (41) 3335-5552. Sexta-feira, às 20h. Entrada franca.
Capela Santa Maria Espaço Cultural (R. Conselheiro Laurindo, 273 Centro), (41) 3321-2840. Sábado, às 18h30. R$30 e R$15 (meia-entrada).
Orquestra Sinfônica do Paraná
Guairão (R. Cons. Laurindo, s/nº), (41) 3304-7982. Domingo, às 10h30. R$20 e R$10 (meia-entrada).
"Vamos tocar todos em pé", anuncia o violinista Winston Ramalho sobre o concerto Serenatas, espetáculo de abertura da temporada 2014 da Orquestra de Câmara de Curitiba, que será apresentado amanhã, na Paróquia Bom Pastor, e no sábado, na Capela Santa Maria Espaço Cultural. Tocar em pé é uma tendência europeia que o grupo integrante da Camerata Antiqua quer apresentar aos curitibanos.
No programa, estão Serenata Para Cordas em Dó Maior Op. 48, do russo Pyotr Ilyich Tchaikovski, Serenata Para Cordas em Mi Menor Op. 20, do inglês Edward Elgar, e Concerto para Viola e Cordas, do brasileiro Radamés Gnattali. Esta última terá um solo do violista convidado Alexandre Razera, paulista de Piracicaba que atua na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). É sua segunda apresentação como solista junto à Orquestra de Câmara, mas o músico já tocou diversas vezes em Curitiba. "O público daqui é bem entusiasmado e caloroso. Demonstra mesmo quando gosta, algo que se vê em poucos lugares do mundo", afirma Razera, que tem carreira marcada por intensa atividade musical no Brasil, na Europa e no Japão.
Foi ele quem sugeriu a música de Gnattali para o repertório. "É uma das melhores peças para tocar com orquestra de cordas, um concerto brasileiro muito bem escrito. Todos os músicos têm bastante participação", diz, lamentando que não haja tanto repertório de música clássica para viola no Brasil.
Para a abertura da temporada, a Orquestra de Câmara apresenta a proposta de tocar sem maestro, sob a direção musical de Ramalho, o spalla primeiro violino da formação do grupo. Segundo ele, a serenata de Tchaikovski será especialmente complicada, pois é uma peça de difícil execução mesmo com a presença de um regente. Ramalho afirma, entretanto, que o desafio é gratificante, pois a conexão entre os músicos acaba sendo maior. "Às vezes conseguimos fazer muito mais sem maestro, quando um olha para o outro, escuta o outro, fazendo o que é realmente a música de câmara." O solo de Razera será um desafio à parte: a música de Gnatalli é bastante rítmica e todos têm de ter atenção redobrada. O violinista convidado encara como positiva a ausência do regente. "O solista ganha mais liberdade para dar sua própria interpretação ao concerto."
Palestra
A apresentação de sábado contará com uma palestra do compositor e arranjador paranaense Marco Aurélio Koentopp, antecedendo o concerto, às 17h45. Será uma breve explicação sobre as músicas do programa e a trajetória profissional de seus compositores. Koentopp comenta que essa conversa com o público, projeto da Camerata Antiqua que começou no ano passado, tem sido bem-sucedida. "As pessoas têm chegado mais cedo e mostrado interesse em ouvir o comentário, que cria simpatia com o que vão ouvir em seguida", diz, acrescentando que fará projeções de fotos dos compositores ao apresentá-los à plateia. O ensaio geral da Orquestra de Câmara será gratuito e aberto ao público, hoje, às 10 horas, na Capela Santa Maria.
Sinfônica mostra diversidade de estilos
Sob a batuta do maestro chileno Victor Hugo Toro, a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) apresenta um cardápio variado neste domingo, às 10h30, no Guairão. O programa tem, na opinião de Toro, tudo que um concerto deve ter: uma peça brasileira, a abertura da ópera Fosca, de Carlos Gomes; uma obra contemporânea, Schelomo, de Ernest Bloch, com solo do violoncelista Fabio Presgrave; e uma peça de repertório, a Sinfonia n.º 6 de Tchaikovski, que a OSP não toca há seis anos.
O programa aposta na diversidade de estilos para agradar e surpreender a plateia. Fosca foi composta no século 19 por um brasileiro com influências italianas. Já Schelomo é do século 20, de um músico suíço inspirado por melodias judaicas. E a 6ª Sinfonia de Tchaikovsky é uma obra russa, de um dos maiores compositores da música clássica. O maestro ressalta a responsabilidade de uma orquestra executar peças novas ou que não são tocadas há muito tempo, não somente as tradicionais, que o público gosta de ouvir. E garante: "É um repertório muito bonito."
Toro é diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (SP). É a primeira vez que se apresenta no Teatro Guaíra, e a segunda que rege a OSP, com a qual esteve em turnê por Maringá e Londrina, há dois anos. "Está sendo um grande reencontro, com a mesma intensidade musical e afetiva que houve da primeira vez", diz o maestro.
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