Eles são os principais responsáveis por resgatar o charme dos antigos bailes e dar às gafieiras a sofisticação da música brasileira contemporânea: com 19 integrantes, a Orquestra Imperial começou com a despretensão de uma brincadeira de carnaval e acabou virando álbum de inéditas. Os shows que antes era privilégio dos cariocas, passará a ser visto em todo Brasil. A banda já tem uma repleta agenda de shows.
"Carnaval só ano que vem", gravado ao vivo em estúdio e recém-lançado no Brasil pela Som Livre, será vendido também na Europa e no Japão tudo graças aos esforços de Mario Caldato, um dos nomes por trás de discos dos Beastie Boys e Beck. Caldato divide a produção do disco com Kassin e Berna Ceppas, dupla badalada que assina os mais variados trabalhos da cena musical atual, do samba indie de Romulo Fróes ao rock do Autoramas.
"A gente era a fim de tocar junto esse tipo de música, foi fazendo shows e compondo. Aí quando pintou a oportunidade de gravar o disco, achamos legal porque tínhamos várias músicas prontas", diz a bela Thalma de Freitas, que divide os holofotes com Nina Becker todos os outros integrantes são homens. "Com tanta música boa bem gravada pra caramba, não fazia sentido fazer regravação."
Thalma é responsável por um dos pontos altos do álbum, "Rue de mes souvenirs" canção com letra em francês composta pelo veterano Wilson das Neves em parceria com Stephane San Juan. "O Stephane fez a música, a gente era casado até um tempo atrás", conta a cantora. "Fui acompanhando todo o processo, ele me mostrou e eu aprendi a letra. Ficou bonita, né?"
A mistura de samba, bossa nova e tropicália de "Carnaval só ano que vem" rende ótimos momentos, como "O mar e o ar", de autoria de Domenico Lancellotti e Rodrigo Amarante, vocalista, guitarrista e compositor do Los Hermanos. A verve bem-humorada do grupo fica explícita em "Ereção", cujo título dispensa explicações. A participação especial fica a cargo de Jorge Mautner é dele, ainda, a canção "Ela rebola".
Diante de tanta consistência e críticas positivas parece mentira que tudo começou como uma mera brincadeira. "Cada vez que a gente foi renovando as temporadas, a gente foi entendendo que ali existia alguma coisa realmente muito legal, desde o começo", diz Thalma. "A gente não sabia que ia durar tanto, ninguém tinha a expectativa de virar uma banda e lançar um disco bacana como esse."
"Mas acho que formar coletivos é algo que está acontecendo com muita freqüência em todo lugar. Eu mesma faço parte de vários grupos de gente que faz música junto e é muito enriquecedor. Eu gosto muito e, inclusive, prefiro assim."
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