Zagueiro João Leonardo entra no lugar de Danilo, que está suspenso. Jancarlos também é desafalque| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Eles são os principais responsáveis por resgatar o charme dos antigos bailes e dar às gafieiras a sofisticação da música brasileira contemporânea: com 19 integrantes, a Orquestra Imperial começou com a despretensão de uma brincadeira de carnaval e acabou virando álbum de inéditas. Os shows que antes era privilégio dos cariocas, passará a ser visto em todo Brasil. A banda já tem uma repleta agenda de shows.

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"Carnaval só ano que vem", gravado ao vivo em estúdio e recém-lançado no Brasil pela Som Livre, será vendido também na Europa e no Japão – tudo graças aos esforços de Mario Caldato, um dos nomes por trás de discos dos Beastie Boys e Beck. Caldato divide a produção do disco com Kassin e Berna Ceppas, dupla badalada que assina os mais variados trabalhos da cena musical atual, do samba indie de Romulo Fróes ao rock do Autoramas.

"A gente era a fim de tocar junto esse tipo de música, foi fazendo shows e compondo. Aí quando pintou a oportunidade de gravar o disco, achamos legal porque tínhamos várias músicas prontas", diz a bela Thalma de Freitas, que divide os holofotes com Nina Becker – todos os outros integrantes são homens. "Com tanta música boa bem gravada pra caramba, não fazia sentido fazer regravação."

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Thalma é responsável por um dos pontos altos do álbum, "Rue de mes souvenirs" – canção com letra em francês composta pelo veterano Wilson das Neves em parceria com Stephane San Juan. "O Stephane fez a música, a gente era casado até um tempo atrás", conta a cantora. "Fui acompanhando todo o processo, ele me mostrou e eu aprendi a letra. Ficou bonita, né?"

A mistura de samba, bossa nova e tropicália de "Carnaval só ano que vem" rende ótimos momentos, como "O mar e o ar", de autoria de Domenico Lancellotti e Rodrigo Amarante, vocalista, guitarrista e compositor do Los Hermanos. A verve bem-humorada do grupo fica explícita em "Ereção", cujo título dispensa explicações. A participação especial fica a cargo de Jorge Mautner – é dele, ainda, a canção "Ela rebola".

Diante de tanta consistência – e críticas positivas – parece mentira que tudo começou como uma mera brincadeira. "Cada vez que a gente foi renovando as temporadas, a gente foi entendendo que ali existia alguma coisa realmente muito legal, desde o começo", diz Thalma. "A gente não sabia que ia durar tanto, ninguém tinha a expectativa de virar uma banda e lançar um disco bacana como esse."

"Mas acho que formar coletivos é algo que está acontecendo com muita freqüência em todo lugar. Eu mesma faço parte de vários grupos de gente que faz música junto e é muito enriquecedor. Eu gosto muito e, inclusive, prefiro assim."