São Paulo - Não é por acaso que O Garoto de Liverpool (confira trailer, fotos e horários das sessões), drama baseado na juventude de John Lennon, termina ao som de "Mother", música escrita e gravada pelo músico, morto em 1980, que diz "Mãe, você me teve, mas eu nunca tive você. Eu a quis, mas você não me quis". Segundo o filme, dirigido por Sam Taylor-Wood, a relação do jovem com sua mãe, com quem foi manter contato apenas na adolescência, beirava o incesto.
Não que eles fossem muito próximos. John (Aaron Johnson) só a reencontra quando seu tio George (David Threlfall) morre repentinamente. Sua tia Mimi (Kristin Scott Thomas) o cria com mão de ferro.
A tia encarna o protótipo britânico da repressão, enquanto a mãe, Julia (Anne-Marie Duff), gosta de festas, música e dança. É ela, aliás, que o apresenta ao rock, a Elvis e acaba mudando a vida do rapaz.
Julia teve uma crise nervosa quando John era pequeno e ficou sob os cuidados da irmã, Mimi. Ela não apenas se afastou do filho, mas também de toda a família. Anos mais tarde, reencontrar-se com a mãe e trazê-la novamente para dentro de sua vida, representa para John um ato de rebeldia que desaguará na busca por uma carreira como músico.
Roteirizado por Matt Greenhalgh (Control) a partir de um livro de memórias de Julia Baird irmã de Lennon por parte de mãe O Garoto de Liverpool faz poucas referências aos Beatles, deixando claro que esse é um filme sobre John.
Os anos de formação e sua iniciação como músico servem como espinha dorsal do filme, mas a rivalidade entre Mimi e Julia ganha a frente da história várias vezes.
Interpretando Lennon, Johnson tem a liberdade da criação sem pensar em copiar até porque essa fase da vida do músico é nebulosa e pouco conhecida. No entanto, são as duas atrizes, Kristin e Anne-Marie, que se sobressaem, até porque, durante boa parte do filme, suas personagens são mais interessantes e delineadas.
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