Exposição
45 Manoel Coelho ArquiteturaDesign
Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 Centro Cívico), (41) 3350-4400. Inauguração quarta-feira (13), às 19h30. Entrada franca no dia. Visitação de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada). Até 6 de abril de 2014.
Manoel Coelho não poderia ser outra coisa que não arquiteto. A começar pelo fato de ter nascido em uma casa tombada, no Largo da Alfândega, em Florianópolis. Veio para Curitiba, quase se formou pintor, mas acabou enveredando para o lado dos esquadros e réguas. Deu certo: sua marca está espalhada pela cidade de Curitiba desde o símbolo da rodoferroviária até o design das lixeiras públicas são de sua responsabilidade. Além disso, projetou prédios da PUC PR e todos os equipamentos da Universidade Positivo (UP). A reunião dos 45 anos de carreira será exposta em 45 Manoel Coelho ArquiteturaDesign, que será aberta na próxima quarta-feira, no Museu Oscar Niemeyer.
Painéis fotográficos, maquetes, vídeos e desenhos dos principais projetos (são mais de 800 de arquitetura e 500 logomarcas) estarão na mostra. No mesmo dia, um livro sobre Coelho, com textos do arquiteto e historiador Irã Dudeque Taborda, da professora e pesquisadora de Design, Ethel Leon e do historiador e crítico de Arquitetura Hugo Segawa também será lançado.
"Só eu mesmo para querer fazer tudo junto, uma correria louca. Mas está tudo sob controle", contou o arquiteto em entrevista para a Gazeta do Povo no seu escritório, o MCA. Na sua sala, uma enorme fotografia de seu projeto mais "queridinho" se destaca, o chamado Templo da Paz, uma espécie de santuário que fica no meio do lago da UP. Recentemente, levou o projeto da biblioteca da universidade em um congresso em Haia, na Holanda. Porém, não é só de grandes obras que vive um arquiteto. "A maneira de encarar um projeto tem de ser a mesma, sendo uma lixeira ou um espaço urbano", acredita.
O "manézinho de Floripa", como ele mesmo diz, é formado pela primeira turma de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ingressou no curso em 1962 e, antes, tentou ser engenheiro, mas não foi aprovado. Como gostava de desenhar, acabou cursando dois anos de pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). "Era algo espetacular. Você ouvia música pelos corredores, cruzava com o Bento Mossurunga [maestro e compositor]. Eu gostava, e tinha carteirinha para poder comer no restaurante universitário. Aí, vi que iria abrir arquitetura e resolvi tentar, porque na época, eu já estagiava em uma construtora."
Durante a faculdade, em plena efervescência do tema arquitetura, com a recém-inaugurada Brasília, conheceu pessoas que ele define como uma "massa crítica" que começou a pensar novos planos para Curitiba. Foi estagiar com Jaime Lerner e, desde os anos 1970, tem deixado seu traço pela cidade. Foi "por um acaso" que se envolveu em trabalhos de identidade visual. Hoje, a placa que sinaliza as ciclovias, o símbolo da Fundação Cultural de Curitiba, entre outras coisas, são criações de Manoel Coelho.
Os projetos grandes surgiram aos poucos e ele ensina o "segredo" de se manter em atividade intensa por tantos anos. Coloca-se em terceiro lugar na escala de importância: procura atender aos objetivos do cliente, do usuário do espaço e depois, coloca sua vontade própria. "Mas nunca fiz algo de que não gosto, e recusei muita coisa. É muito gratificante chegar em um ponto que você consegue fazer com que o cliente veja a importância da arquitetura." Para ele, o desenho feito à mão também é fundamental. "O computador é uma ferramenta, mas é muito diferente de você pegar um lápis e riscar uma solução."
Cidade
Quando não está trabalhando, sempre com música ao fundo, seja Chopin ou até o rock-and-roll dos Beatles, Coelho gosta de passear, geralmente aos sábados, na região da Boca Maldita. Há um valor especial nessas visitas, pois foi ele quem ajudou na revitalização da região, em 2001, quando parte da Praça Osório foi reformada.
O arquiteto criou o espaço batizado de Boca do Brilho, específico para os engraxates que atuavam na região. "Consultei todos eles para saber como usavam os banquinhos, como guardavam os materiais. Pensamos no projeto juntos." Até hoje, é querido pelos engraxates, e cliente fiel. Tanto que, entre as homenagens que recebeu de Bicho do Paraná em 1996 e de cidadão honorário em 2005, se orgulha mais de ser, desde 2003, um Cavalheiro da Boca. "É o título de que mais gosto."
Galeria
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