Mostra
Tati por Inteiro
Sesc Paço da Liberdade (Pça. Generoso Marques, 180 Centro), (41) 3234-4200. De 30 de julho a 2 de agosto, às 19 horas, e 3 de agosto, às 15 horas e 17 horas. Entrada gratuita. O ingresso pode ser retirado a partir de 1 hora antes da exibição.
A mostra de cinema Tati por Inteiro, que tem início hoje, às 19 horas, no Sesc Paço da Liberdade, é uma rara chance de assistir à produção do diretor e ator francês Jacques Tati (1907-1982). Até o próximo sábado, 3 de agosto, serão exibidos cinco longas-metragens e um curta dirigidos pelo cineasta, dois curtas em que ele participa como ator e um documentário sobre a sua obra e sua vida por trás das câmeras dirigido pela filha, Sophie Tatischeff.
A mostra itinerante, que rodou o país antes de chegar a Curitiba, foi organizada pela Embaixada da França, com curadoria do cineasta Olivier Assayas. "Antes de tudo, digamos que existe em Tati a definição de uma linguagem. É um dos raros cineastas que inventou a própria linguagem", afirma Assayas.
Biografia
Filho de pais russos, Jacques Tatischeff nasceu em uma comunidade rural no sul da França. Antes de começar a carreira de ator de vaudeville, ele foi jogador de rugby e boxeador.
Três experiências que claramente contribuíram para a criação do humor físico e arriscado que criou para seus personagens e o posiciona na história do cinema como um dos comediantes mais originais, depois dos pioneiros do cinema mudo como Charles Chaplin (1889-1977) e Buster Keaton (1895-1966).
A carreira, como ator e roteirista, começou em 1932, com a realização de uma série de curtas-metragens. Estreou como cineasta com Carrossel de Esperanças, em 1949, filme que abre a mostra hoje à noite. O primeiro filme lhe rendeu o prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza e o Grande Prêmio do Cinema Francês, em 1950.
Humor
A exemplo do primeiro filme, os seguintes aliam humor à crítica dos problemas cotidianos no mundo ocidental. O consumismo desenfreado, a globalização e o american way of life foram as vítimas principais das ironias de Tati.
Em seu trabalho mais célebre, Meu Tio, o cineasta faz uma sátira à mecanização e à modernidade tecnológica. Pelo longa-metragem, Tati recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1959. Produtor dos próprios filmes, ele ganhou muito dinheiro com seus primeiros trabalhos, mas fracassou com a superprodução Playtime (1967).
Em 1970, o cineasta tentou se recuperar do fracasso com o filme Parada. O relativo sucesso comercial do longa não foi suficiente para reconquistar a fama. Tati morreu vítima de uma embolia pulmonar semanas após completar 75 anos, em 1982.
Programação
Confira os filmes que serão exibidos na mostra Tati por Inteiro:
Terça-feira, 19 horas
Carrossel da Esperança (1949), 79 min.
Um carteiro de uma pequena cidade francesa tenta modernizar seu trabalho com a ajuda de uma bicicleta.
Quarta-feira, 19 horas
Cuida da Tua Esquerda (1936), 12 min.
Direção de René Clement. Tati interpreta um pacato habitante de uma cidadezinha francesa, que sonha em ser lutador de boxe.
As Férias do Sr. Hulot (1953), 114 min.
O desastrado Hulot passa férias num hotel próximo a um balneário francês, provocando uma onda de catástrofes entre os hóspedes.
1º de agosto, 19 horas
Escola de Carteiros (1947), 16 min.
Primeira aparição do personagem do carteiro francês que precisa acelerar sua ronda, para aumentar a produtividade.
Meu Tio (1958), 110 min
Hulot é chamado para ser babá do sobrinho, que vive em uma casa futurista. O filme é uma crítica mordaz e hilariante da sociedade de consumo.
2 de agosto, 19 horas
Curso Noturno (1967), 27 min.
Direção de Nicolas Ribowsky. Tati ministra treinamentos para executivos de uma grande empresa.
Playtime Tempo de Diversão (1967), 114 min.
Um grupo de turistas norte-americanas chega a Paris, nos anos 1960 e encontra o Sr. Hulot, que os envolve em uma série de confusões.
3 de agosto, 15 horas
Parada (1974), 85 min.
O último filme do diretor mostra a vida de duas crianças em de um circo mambembe.
17 horas
Tati: Seguindo os Passos do Sr. Hulot (1986), 52 min.
Direção de Sophie Tatischeff. O documentário dirigido pela filha do cineasta apresenta um Tati por trás das câmeras e sua personalidade exigente.
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