Novo álbum: parte dos integrantes da formação atual da lendária banda do rock brasileiro| Foto: Divulgação

Novidades

Mutantes originais também lançaram novos materiais

As outras duas pontas do triângulo original dos Mutantes também lançaram novidades no mercado recentemente.

Arnaldo Baptista acaba de relançar o disco Singin’ Alone de forma independente. O álbum, produzido originalmente em 1982 pela gravadora Baratos Afins, estava há mais de 18 anos fora de catálogo.

Desde a semana passada, o álbum físico remasterizado e também o formato digital já estão nas lojas, distribuidores digitais e serviços de streaming. O disco tem canções como "Hoje de Manhã Eu Acordei", "Bomba H sobre São Paulo", várias canções compostas em inglês e ainda uma versão bônus inédita da "Balada do Louco", clássico dos Mutantes.

A foto original da capa (veja abaixo), de Grace Lagoa, foi restaurada pelo artista plástico Rubens Amatto.

Singin’ Alone foi escolhido para iniciar a série de lançamentos de toda a obra de Arnaldo pós-Mutantes, que acontecerá ao longo do segundo semestre de 2013.

Rita Lee

Em maio, depois de um hiato de nove anos, Rita Lee lançou o disco Reza (Biscoito Fino), com 14 faixas em que a compositora tenta "biografar a própria carreira".

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Show

Os Mutantes

John Bull Pub (R. Mateus Leme, 2.204), (41) 3252-0706. Dia 9, às 20 horas (abertura da casa). Ingressos a R$ 50 (1º lote), R$ 60 (2º lote) e R$ 70 (3º lote) à venda no local e no John Bull Café (R. Comendador Araújo, 489). Valores sujeitos a alterações sem aviso prévio. Encerramento com a banda Syd Vinicius.

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Quando Sérgio Dias Bap­­­tista tinha treze anos, decidiu abandonar o colégio. Preferia ficar em casa estudando guitarra por horas.

Dois anos depois, já com fama de menino prodígio, estreou na banda de rock que seu irmão Arnaldo Baptista montara com a amiga Rita Lee e o baterista Dinho: Os Mutantes.

Passaram-se mais dois anos e a banda entrou em estúdio duas vezes: uma para gravar o álbum de estreia e outra para o disco colaborativo Tropicália: ou Panis et Circensis (1968). O resto é uma história que já completou 45 anos.

"Foi maravilhoso. Não tivesse acontecido tudo aquilo, não sei onde estaria. A gente era predestinado a isso. Olhando para trás, eu não faria nada diferente", disse o guitarrista.

Sérgio é quem carrega atualmente a bandeira com o nome dos Mutantes, após a reunião da banda em 2005, em Londres, que uniu também Arnaldo e Dinho (Rita Lee não aceitou o convite e foi substituída por Zélia Duncan).

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Esta formação durou até 2007. Dinho, Arnaldo e Zélia não puderam conciliar suas atividades com a rotina das turnês.

Sérgio, porém, resolveu seguir com os músicos que reuniu pela afinidade com a história dos Mutantes.

"Jamais sonhei que chegaríamos em algo nem próximo disso. Depois dos primeiros shows, os caras ficaram gritando nosso nome por dez minutos. Depois, tocamos em alguns dos principais palcos do mundo. E até agora não paramos", disse.

Na próxima sexta-feira, 9, Os Mutantes voltam a Curitiba com dois objetivos: lançar seu novo álbum, Fool Metal Jack, e celebrar os trinta anos da casa noturna John Bull (leia mais ao lado).

Segundo Sérgio, o álbum consolida a atual formação da banda que além dele tem Vinícius Junqueira (baixo), Vitor Trida (guitarra, teclado e violino), Esmeria Bulgari (vocais), o curitibano Henrique Peters (teclado) e Cláudio Tchernev (bateria).

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Ele explica que o álbum tem as experimentações e misturas pouco usuais de instrumentos e ritmos que "a banda toda curte". A maior parte do material é composta por Sérgio, com algumas parcerias com músicos da banda, com o DJ nova-iorquino Sam Spiegel e com Gilberto Gil. No show, a banda também vai tocar seus inúmeros sucessos.

Valsa

A música título do álbum é um rock psicodélico antibelicista que faz referência ao filme Nascido para Matar (em inglês, Full Metal Jacket), dirigido por Stanley Kubrick em 1987.

Segundo Sérgio é "uma brincadeira séria com os americanos ou com qualquer um que esteja indo para a guerra". "A música é o que passa minha cabeça: um soldado idiota morrendo no campo de batalha", explicou.

Algumas canções do disco como "Ganja Man" e "Valse LSD". citam drogas em seus títulos. A segunda, conta o mutante, surgiu depois de uma viagem "sem querer". "Foi na Califórnia. Alguém me deu um baseado para dar um tapa e eu dei, mas tinham pingado LSD nele", disse.

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Ele garante que atualmente sua relação com drogas é "nenhuma", apesar de admitir que o tema é muito complexo. "Não aconselho que saiam tomando, mas adoraria que tivessem mais pesquisas sérias. É algo que acompanha a humanidade há séculos e precisa ser melhor entendido".