zDo 8 ao 80 Conheça alguns números de bilheterias obtidos pelo cinema nacional em 2010.
Top 10
- Tropa de Elite 2 11.081.199
- Nosso Lar 4.060.000
- Chico Xavier 3.414.900
- Muita Calma Nessa Hora 1.283.391
- Xuxa e o Mistério de Feiurinha 1.299.044
- O Bem Amado 966.519
- Lula, O Filho do Brasil 852.212
- As Melhores Coisas do Mundo 296.144
- Quincas Berro D´Água 281.173
- A Suprema Felicidade 218.124
Bons filmes não vistos
- Os Famosos e os Duendes da Morte 8.406
- No Meu Lugar 5.829
- O Amor Segundo B. Schianberg 4.390
- O Sol do Meio-dia 2.811
- Meu Mundo em Perigo 541
- A Falta Que Me Faz 388
Poucas cópias, poucas salas
- Antes Que o Mundo Acabe 28.390
- Reflexões de um Liquidificador 23.664
- Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo 26.361
- É Proibido Fumar 15.385
Documentários
- Uma Noite em 67 - 80.766
- Soberano Seis Vezes São Paulo - 45.434
- José e Pilar - 27.767
- Dzi Croquettes - 23.528
- Terra Deu, Terra Come - 2.530
Inegável. 2010 foi um ano de conquistas significativas para o cinema brasileiro, que obteve crescimento recorde de bilheteria e de participação no mercado estima-se que o número de ingressos vendidos tenha chegado a 26 milhões até o final do ano, um aumento de 61% em relação a 2009, de acordo com o Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro.
Isso foi possível graças a poucas produções que fizeram explodir as bilheterias a maior delas, Tropa de Elite 2, de José Padilha, que levou aos cinemas mais de 11 milhões de espectadores, batendo o recorde nacional de Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, com 10,7 milhões e acaba de bater Avatar, de James Cameron, em renda acumulada (R$102,6 milhões contra R$ 102,3 milhões).
Mas, e quanto à maior parte dos filmes brasileiros, feitos com menos recursos destinados a comercialização e que concorrem com muito menos cópias em pouquíssimas salas? Uma análise mais acurada indica que não há tantos motivos para comemorar. Basta analisar os números para concluir que, em 2010, um reduzido número de filmes foi visto por multidões e a maior parte passou batida isso quando conseguiu chegar às salas de cinemas.
Antes Que o Mundo Acabe, filme jovem da diretora gaúcha Ana Luíza Azevedo, que venceu o prêmio de melhor filme do ano da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e o de melhor filme no Festival de Paulínia do ano passado, teve míseros 28.390 espectadores em todo o país, de acordo com dados recentes do site Filme B. O filme, tratado pela crítica especializada como um longa comercial, com bom potencial de público, teve o mesmo sucesso de filmes considerados cults e, portanto, menos palatáveis, como Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, com pouco mais de 26 mil espectadores.
Tal discrepância está relacionada a uma política de comercialização dos títulos nacionais que ainda está engatinhando. O curitibano Paulo Munhoz, que dirigiu a animação Brichos, conta que as dificuldades de lidar com esta questão vêm estimulando a criação, por ele e outros cineastas do estado, de um grupo de estudos para analisar a distribuição de produtos cinematográficos.
"Em toda a atividade econômica a venda é uma arte à parte. Para levar um produto à prateleira, no caso, às salas de cinema ou às locadoras, é preciso haver todo um esforço planejado. Se um filme norte-americano custa US$ 100 milhões para ser feito, outros US$ 50 milhões são gastos em promoção", exemplifica.
Tropa de Elite 2, para ele, representa um marco em uma mudança de mentalidade já iniciada no país. "O produtor pensou na comercialização desde o início do projeto e tinha muito recursos para investir em promoção. Padilha é nosso atual herói nacional porque fez, sem contar com as majors, a maior bilheteria do cinema brasileiro", opina.
O diretor paranaense que, sem uma distribuidora, obteve 150 mil pagantes com Brichos, seu primeiro longa de animação, sendo 130 mil somente pelo interior de São Paulo diz que começa a haver um pensamento voltado à produção sustentável. Para ele, é preciso pensar no nicho de público a ser atingido e, a partir disso, em qual estretágia de venda será utilizada.
"Antes um filme era pensado apenas como obra artística e não como um produto a ser comercializado. Além disso, havia até pouco tempo uma falta de interesses das distribuidoras em trabalhar com o produto nacional. É preciso haver incentivo às distribuidoras brasileiras que apostem no produto nacional", considera.
Para o crítico de cinema e jornalista do site Filme B, a discrepância de bilheteria não é exclusividade nacional. "O mercado de cinema anda radicalizado de forma geral, também para os filmes estrangeiros: blockbusters que atraem milhões de espectadores, que estreiam em grande escala e com campanhas de lançamento caras, e filmes pequenos, especializados, de nicho. O chamado filme médio é cada vez mais raro", considera.
Diante desse cenário atual, 23 mil espectadores não são mau número para a comédia de humor negro Reflexões de um Liquidificador, de André Klotzel, que corre o país com uma única cópia. "Tem filme que nem chegou a Curitiba, que dirá no interior do país?", diz o internauta Antunes, em comentário ao post sobre o tema do editor do Caderno G, Paulo Camargo, no blog Central de Cinema.
Filmes que estrearam há poucos dias também contribuem para a boa performance dos títulos nacionais: Muita Calma Nessa Hora, de Felipe Joffily, que estreou em 12 de novembro, já ultrapassou 1,2 milhão de espectadores, e Aparecida O Milagre, de Tizuka Yamazaki, que chegou aos cinemas no dia 17, fez 120 mil pagantes. Para finalizar o ano, De Pernas pro Ar, comédia escrachada de Roberto Santucci, protagonizada pela humorista Ingrid Guimarães, que estreia nesta sexta-feira, promete se unir aos filmes com mais de sete dígitos no número de público pagante.
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