Leonardo DiCaprio e Brad Pitt quase certamente serão candidatos fortes ao Oscar na categoria melhor ator; ao que consta, suas atuações são brilhantes em seus filmes a serem lançados em breve, respectivamente "The Curious Case of Benjamin Button" e "Revolutionary Road".
Mas eles correm o risco de enfrentar uma força sutil contra a qual podem fazer pouco: os eleitores do Oscar tendem a favorecer os atores que representam pessoas reais.
Nas últimas seis disputas pelo Oscar de melhor ator, houve três anos em que um ator que representou uma pessoa real concorreu com atores representando personagens fictícios, e em cada ocasião venceu o ator que representou uma pessoa real.
É preciso voltar a 2001 para encontrar um exemplo contrário: a vitória de Denzel Washington pelo papel de Alonzo Harris em "Dia de Treinamento", superando Will Smith no papel de Muhammad Ali e Russell Crowe pelo de Jonathan Nash. Nos outros casos, a estatueta ficou com os atores que representaram figuras da vida real - Ray Charles, Idi Amin e Truman Capote.
Este ano, isso significa que se mesmo apenas um do grupo de atores de primeira linha que inclui Frank Langella (como Richard Nixon), Sean Penn (como Harvey Milk) e Josh Brolin (como George W. Bush) for indicado ao Oscar, todos os outros candidatos terão que concorrer com essa desvantagem.
No caso do Oscar de melhor atriz, o favoritismo pelas atrizes que representam personagens reais é ainda maior: a estatueta ficou com elas em seis dos oito anos desta década. Mas, como atrizes de primeira grandeza como Meryl Streep, Nicole Kidman e Sally Hawkins fazendo papéis fictícios este ano, a tendência pode ser revertida em 2009.
É difícil definir o que leva os eleitores do Oscar a tender nesse sentido. Mas um fator provável é a existência de um quadro de referência: Philip Seymour Hoffman agindo e soando como Truman Capote provavelmente comoverá os eleitores mais do que Terrence Howard agindo e soando como Djay, de "Ritmo de um Sonho", uma pessoa que o membro da Academia nunca terá visto fora do filme.
Além disso, como o eleitor poderia deixar de achar Jamie Foxx, por exemplo, bom em seu papel, se ele até é parecido com Ray Charles?
As coisas nem sempre foram assim. Na década de 1990, personagens fictícios derrotaram pessoas reais na categoria melhor ator em sete das nove ocasiões em que se enfrentaram. E uma atriz que representou uma pessoa real levou o Oscar apenas duas vezes nos anos 1990.
O que terá mudado?
Um fator pode ser a ascensão do culto às celebridades. Os TMZs do mundo tornaram mais difícil para o espectador diferenciar os atores de seus papéis, agora que conhecemos os atores como pessoais reais - a não ser que representem outras pessoas reais.
Mesmo que DiCaprio e Pitt não consigam reverter a tendência recente, eles poderão se consolar com a probabilidade de que venham a ter outras chances de Oscar futuras. Mas o aparente viés dos eleitores em favor dos papéis de pessoas reais pode ter impacto sobre algumas performances únicas, do tipo que não se repetem nunca.
Estas incluem a volta por cima de Mickey Rourke, cujo personagem em "The Wrestler" é uma figura trágica capaz de rivalizar com Willy Loman (o protagonista de "Morte de um Caixeiro Viajante," de Arthur Miller); Richard Jenkins, cujo Walter Vale em "The Visitor" é maravilhosamente sutil, e Christian Bale, cujo Batman em "O Cavaleiro das Trevas" é sombrio e marcante.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião