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Peça teve a atuação de Teresita Iacobelli e Jaime Lorca | Humberto Araújo/Divulgação
Peça teve a atuação de Teresita Iacobelli e Jaime Lorca| Foto: Humberto Araújo/Divulgação

O Festival de Curitiba tem dessas coisas: espetáculos primorosos, com potencial para casa cheia, mas que não lotam. "Lotar" tem se tornado sinônimo de qualidade, mas as duas condições não necessariamente andam juntas.

No caso de "Otelo" do grupo chileno Viajeinmóvil, a história de ciúmes, machismo e inveja escrita por Shakespeare na virada para o século 17 ganhou uma delicada e envolvente montagem. O uso de cabeças de manequins, manuseadas habilmente de forma separada do figurino que lhes dá corpo, e a esperta adaptação-resumo proporcionaram o encantamento único do teatro.

A atuação de Teresita Iacobelli e Jaime Lorca, também responsáveis pela adaptação, se desdobra com foco nos dois casais principais da trama: o mouro Otelo e sua jovem esposa Desdêmona (quando usam as máscaras); e Iago, o traidor, e sua esposa Emília (quando usam seus próprios corpos).

A única desvantagem foi a legenda em português situada alto demais, o que impedia a apreciação da cena e da tradução simultaneamente: até se ler o que está sendo dito, perderam-se várias expressões e movimentos. Mesmo para quem entende espanhol, a rápida e transformada história exigia a procura pela compreensão nas alturas.

Infelizmente o espetáculo já fez suas duas únicas apresentações no festival, nos dias 27 e 28.

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