Serviço
Macbeth
Teatro Bom Jesus (R. 24 de Maio, 135), (41) 2105-4000. Dias 26 e 27, às 21 horas, e 28, às 19 horas. Ingressos a R$ 50 (dias 26 e 28) e R$ 60 (dia 27).Classificação indicativa: 12 anos.
Destino e livre-arbítrio de mãos dadas
Leia a entrevista com o diretor Gabriel Villela, que traz sua versão de "Macbeth", ao Teatro Bom
Macbeth, uma das principais tragédias de Shakespeare, nutre o estigma de agourenta entre artistas. Como numa vingança medieval, o diretor Gabriel Villela estreou em maio uma versão que insere até humor patético em algumas cenas, e mexe com o texto clássico de forma a esclarecê-lo ao máximo.
A obra chega ao Teatro Bom Jesus neste fim de semana (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).
No lugar do hermetismo, que poderia afastar público, Villela optou por uma tradução que considera mais simples, a cargo de Marcos Daud, que elimina o formato de versos.
>>ÁUDIO: Ouça um trecho da entrevista com Marcello Antony
>>FOTOS: Veja mais imagens da montagem de Macbeth
"Ele faz a história aparecer de forma mais clara. O público se surpreende, entende a trama de forma nítida", explica o ator Cláudio Fontana, que interpreta Lady Macbeth. Sim, mesmo as mulheres são feitas por atores, como na época do bardo inglês.
Villela aplicou ainda o conceito de distanciamento, pelo qual os atores explicitam o fato de aquilo ser ficção, não realidade, com ajuda de um narrador.
Apesar de haver apenas homens em cena, as vozes saem neutras mesmo quando eles interpretam mulheres influência da pesquisadora italiana Francesca Della Monica, que canta uma ária da ópera Dido e Enéas para a morte de Lady Macbeth.
Para completar, traz atores conhecidos do público quem interpreta o protagonista, dividido a princípio e depois sanguinário, é Marcello Antony. "Ver o Gabriel criando... não basta só o universo de Shakespeare, ele tem um universo muito rico, e traduz tudo isso em cena no lado metafórico, simbólico", disse o ator, que conversou com a Gazeta do Povo. Antes, do rol shakespeariano, ele havia feito apenas As Alegres Comadres de Windsor.
Macbeth conta a história de um general que recebe a profecia de que se tornará rei. Quando outras predições se concretizam, e estimulado pela ambição exacerbada de sua mulher, ele mata o rei atual e é coroado. Para eliminar riscos ao cargo conquistado à força, não hesita em seguir com a carnificina.
As escolhas de encenação prometem, dado o mix de símbolos no palco: antenas representam uma espada, e teares sobrepostos constroem o castelo de Macbeth. Em meio aos fios e tentando utilizá-los para se livrar do destino, ele cumpre a predição das três irmãs, meio bruxas, meio moiras gregas, que precipitaram sua desgraça.
Espécie de ponto chave da peça uma das principais curiosidades de quem assiste a várias versões do texto é saber como a próxima caracterizará esses seres elas se tornam drag queens brincalhonas nas mãos de Villela. "Quis pensar como eram esses personagens tão bizarros e trágicos", afirmou o diretor, em entrevista à reportagem.
Apesar dos traços de humor trazidos à tragédia, ele avisa que essa montagem é mais soturna, silenciosa, do que fez em Sua Incelença Ricardo III que estreou ano passado no Festival de Curitiba e se prepara agora para uma turnê na Espanha.
Imagens da peça Macbeth
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