A Universidade Estadual de Londrina (UEL) sabe que não será possível entregar as obras de reconstrução do Cine Teatro Ouro Verde no prazo prometido durante a comoção, logo após o incêndio do espaço, em fevereiro de 2012. Era para estar pronto até maio de 2014. Mas o cronograma atrasou. A licitação para as obras, prevista para ser aberta em março, deve sair somente em junho. Isso significa que, contando os prazos, Londrina só deve ver o teatro reconstruído em 2015.
"Infelizmente não é mais possível [reconstruir até 2014]. Não adianta trabalharmos com falsas expectativas", declara a reitora da UEL, Nádina Moreno.
Os projetos do teatro doados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) e entregues à Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) da Secretaria Estadual de Cultura estão em fase de correção. São detalhes que precisaram ser revistos, a pedido do órgão. "Os projetos ainda não voltaram ao patrimônio. Estamos fazendo as correções e a compatibilização. Como a obra é complicada, tem de ser uma compatibilização bem feita. As observações mais complicadas já fizemos e demos as respostas", ressalta Nádina.
Licitação
A expectativa é que até 15 de junho os projetos já tenham sido devolvidos ao Patrimônio Estadual e estejam aprovados pelo órgão. "Acreditamos que a aprovação do Patrimônio deva ser rápida." Enfim, a partir de então inicia-se o processo de licitação, que tem 90 dias para ser encerrado, caso não haja contestações. "Até fim de setembro, começo de outubro, se não houver ações e recursos no processo licitatório, já teremos a empresa vencedora."
O consenso é de que as obras tenham início ainda neste ano. Os R$ 16 milhões prometidos pelo governo estadual estão incluídos no orçamento de 2013. "Se tivermos qualquer tipo de problema legal, podemos pedir renovação da alteração orçamentária", explica Nádina. Por enquanto, antes do início das obras, a UEL fez o restauro de algumas peças do interior do teatro.
Memória
Alarme falso
Por pouco o Cine Ouro Verde não pega fogo em 1961. A plateia estava lotada. Gritaria por todo lado. Correria geral. Mas, por sorte, era alarme falso. Quem lembra da história é Paulo Augusto de Carvalho, hoje com 76 anos, o lanterninha que virou bilheteiro. "Estava passando um filme do Mazzaropi e um dos gerentes foi incinerar os ingressos. Era costume e a gente fazia isso ao lado do edifício Monções, num latão de 20 litros." Alguém que estava na plateia percebeu a fumaça e gritou: "fogo!" As pessoas que estavam na sessão saíram correndo. "De dentro da bilheteria, peguei uma criança de cinco anos que, por pouco, não foi pisoteada."
Paulo Augusto viveu os anos dourados do Cine Ouro Verde. Começou lá tão logo o cinema foi inaugurado. "Sete de abril de 1953. Estava em cartaz o filme Cantando na Chuva", lembra. Do dia em que foi empregado no novíssimo e moderno cinema, até deixar o emprego, foram 13 anos. "Éramos em 12 lanterninhas. Naquela época os médicos davam uma gorjeta quando a gente indicava o lugar. Tinha um que punha a mão no bolso e nem sabia quanto estava me dando. No fim, era a nota mais alta da época", recorda.
Nove meses depois, Paulo foi promovido a bilheteiro. Lá viu diversos filmes entrarem e saírem de cartaz. Até que, por acaso, virou também o funcionário que pintava os cartazes dos filmes. Trabalhou assim durante muito tempo, até deixar o Ouro Verde pra trabalhar na Cacique. De manhã pintava os cartazes. E de tarde até à noite, estava na bilheteria.
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