A discussão sobre o fim da moratória internacional para a tecnologia terminator, que permite a produção de sementes transgênicas estéreis, entrou nesta quinta-feira na pauta oficial da COP8. Mas não houve consenso a respeito do assunto entre os 173 países que participam da conferência. Um grupo menor de negociação, formado por diplomatas de nações que representem as principais correntes de pensamento sobre o tema, seria criado para se tentar um acordo.
Delegados da Malásia, Argentina e Noruega se manifestaram contra a proposta de que se possa avaliar caso a caso o uso das Tecnologias Genéticas de Restrição de Uso (Gurts, na sigla em inglês), da qual a semente terminator é o tipo mais conhecido. A Malásia se manifestou como representante do G-77, que reúne 130 países.
Também se manifestaram contra o fim da moratória representantes de povos indígenas, do movimento jovem internacional e de ONGs. Eles temem que a semente terminator possa cruzar com espécies não-transgênicas e cause sua esterilização. A tecnologia ainda poderia criar um monopólio internacional do mercado de sementes.
Do outro lado da trincheira, defenderam o uso das Gurts a Suíça, Nova Zelândia e Austrália além dos Estados Unidos, país que não é signatário da Convenção da Biodiversidade da ONU, mas que participa da conferência como observador. Entidades de pesquisa científica também se posicionaram a favor desse tipo de tecnologia, alegando que as Gurts permitiriam estudos, por exemplo, de vacinas contra a febre aftosa e a gripe aviária.
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