Palestra explica os conceitos das músicas medievais

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A sexta edição do projeto Ciclo de Música vai abordar sons nada convencionais. O professor multi-instrumentista Ângelo Esmanhotto ministra, nesta quarta-feira (10), a palestra "Música da Idade Média" e mostra características próprias desse ritmo que é ouvido basicamente nas salas de cinemas. O evento acontece às 19h, na Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Estação, com entrada franca.

Para os estudiosos, falar sobre as canções da Idade Media é apresentar o trabalho de compositores durante mais ou menos cinco séculos, que vai desde as escalas sonoras utilizadas na Grécia antiga e passam pelo Canto Gregoriano - onde a música e a oração se fundem na mesma sintonia.

Segundo Esmanhotto, o trabalho com esse tipo de ritmo é uma tarefa de arqueologia. "Os antigos manuscritos que contém partituras devem ser estudados por profissionais historiadores que conheçam também a escrita antiga. Do contrário, o estudioso não vai entender nada, pois as letras são cheias de significados, imagens e misticismo", explica.

Por outro lado, existem os manuscritos teóricos que, de certa forma, orientam a prática musical. "Depois da primeira etapa de conhecimento sobre o conceito da música medieval, entram em cena as informações sobre os construtores de instrumentos (lutiers), aqueles que pesquisam a época em que determinado compositor viveu. A partir daí, busca-se entender a construção dos instrumentos, baseando-se na iconografia da época que faziam parte daquele universo sonoro", completa o professor.

Conforme Esmanhotto as canções da primeira universidade eram ciências que explicavam a harmonia celeste. Como arte, foi utilizada para exteriorizar o pensamento, as emoções e os sentimentos. "A Idade Média foi para a música o período mais rico no desenvolvimento estético e formal. A experimentação foi tão intensa que Leonardo Da Vinci chegou a desenhar instrumentos e Galileu Galilei desenvolveu teorias sobre o som dos planetas", finaliza o professor.

O músico

Ângelo Esmanhotto estudou música da Idade Média durante cinco anos na Scola Cantorum Basiliensis, na Basiléia (Suíça) especializando-se em alaúde medieval sob a direção de Crawford Young. Membro fundador dos grupos Conjunto Renascentista de Curitiba e Studium Musicae, o primeiro especializado em música da Renascença e o segundo na música da Idade Média, gravando com este último o disco "As Cruzadas", música da época das Cruzadas.

Trabalha atualmente como professor de música, compõe trilhas para balé e cinema. Produziu cinco CDs com música própria e é diretor musical do Grupo Rami - que toca música Indiana e Brasileira.