A atriz Gardi Hutter: 30 anos burilando personagem inspirada em Chaplin.| Foto: Divulgação

Rir não é o primeiro verbo que vem à mente quando se pensa num cidadão da Suíça, mas é de lá que chega a atração “A Costureira”, com apresentações de quinta-feira (18) a domingo no Teatro da Caixa. O espetáculo, quase sem palavras, é um trabalho de clown com Gardi Hutter, que há mais de 30 anos desenvolve esse viés artístico cômico.

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Sua personagem, Joana D´Arppo, vem se desdobrando há oito criações – várias delas trazidas ao Brasil, onde ela está pela oitava vez, para 40 apresentações ao longo de três meses.

Se investir em comédia era uma transgressão nos anos 80 em seu país, encontrar papéis cômicos femininos, então, era como achar agulha no palheiro.

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“É triste, mas a mulher quase só tem papéis trágicos”, disse à Gazeta do Povo. “Mas há 35 anos eu era uma atriz braba para quem o teatro tradicional era entediante. Nada expressava bem o que eu sentia.” Foi assim que ela percebeu a necessidade de escrever seu próprio texto, o que fez durante três anos, até estrear “Joana, a Valente”.

O sucesso conquistado a levou inclusive a se tornar um “tesouro nacional” da Suíça, onde muita gente veste sua fantasia de Joana no carnaval.

Desengonçada

A personagem-máscara de Gardi é uma mulher gordinha e desengonçada, muito calcada em Charles Chaplin. Suas ações lembram a bufonaria desregrada do ator e cineasta britânico, sempre interagindo com objetos que levam vantagem ante a inépcia de Joana.

Em “A Costureira”, ela aproveita o viés mítico do ato de costurar “os fios da vida” para falar da morte. “O último desafio para mim seria fazer rir da morte”, explica.

Ela garante que consegue, e diz que plateias tímidas (como “acusam” os curitibanos de ser) são as melhores. “Porque quando o riso vem, é uma explosão.”

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PROGRAME-SE

A Costureira

Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Com a palhaça suíça Gardi Hutter. Dias 18 a 20 às 20 horas e 21, às 19 horas. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada). Classificação indicativa: livre.