Cena de Lung Boonmee Raluek Chat (Tio Boonmee Que Se Lembra de Vidas Anteriores)| Foto: Divulgação

Bancoc, Tailândia - Apichatpong Weerasethakul quem? Depois de anunciar a Palma de Ouro ao filme Lung Boonmee Raluek Chat (Tio Boonmee Que Se Lembra de Vidas Anteriores), o presidente do júri, Tim Burton, confessou que até o festival de Cannes desconhecia a obra de Apichatpong, 39, dez anos e seis filmes de carreira. Nem isso pode ser dito pela imensa maioria dos 66 milhões de compatriotas tailandeses, que, em meio a uma grave crise política, acordaram com a notícia de que o cinema do país recebera o maior prêmio da sua história: a produção está censurada aqui.

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"Ver o último filme é impossível’’, disse, sob a condição do anonimato, um dos responsáveis pela programação do RCA, sala especializada em produções independentes. "O filme está proibido porque a história foi considerada controversa pelo governo.’’

A mesma informação foi dada pela vendedora Phoo Gisamophone, 32, da loja Power Mall, localizado no Emporium, um dos shoppings mais exclusivos de Bancoc. Phoo disse que, além da censura, Apichatpong, autor de filmes muitas vezes considerados herméticos, tem pouco apelo local. Sua produção recém-premiada conta a história de um homem moribundo em meio a cenas de macacos gigantes e de uma princesa transando com um bagre falante. "Os tailandeses não ligamos para filme de autor’’, disse Phoo, que nunca viu um filme do cineasta. "Só vemos cinema para nos distrair.’’

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Talvez por isso nenhum dos seus filmes esteja disponível, embora a loja tenha uma ampla variedade, incluindo Tropa de Elite em cópia original e legenda em tailandês.