Quando a curadora Lucimar Mothé teve que escolher quais artistas paranaenses integrariam a exposição Seleções da Arte Contemporânea Brasileira promovida pela revista Seleções, do Readers Digest, em comemoração aos 65 anos de publicação no Brasil não conhecia nenhum talento local. "Estava desesperada, onde estão os artistas do Paraná? Não tinha acesso a eles", conta.
Com a mediação de um curador local, a merchand carioca chegou ao nome de Luiz Carlos Brugnera (que embora tenha nascido no Rio Grande do Sul, vive há mais de 25 anos em Cascavel), o único representante do estado a figurar entre os 33 artistas de mais de uma dezena de todas as regiões brasileiras representados na exposição.
Só esta semana, ao chegar à capital paranaense para a montagem da mostra itinerante no Memorial de Curitiba, a curadora teve contato com obras de outros artistas locais e pôde identificar os talentos que residem por aqui. Esse desconhecimento das cenas artísticas de regiões fora do eixo Rio-São Paulo não é novidade. Ciente dele, a curadora buscou reunir artistas consagrados em seus estados, entre eles, representantes de Maranhão, Goiás e Amazonas, para apresentá-los em diferentes cantos do país.
A amostra da arte contemporânea brasileira agrupada na exposição abrange uma variedade de estilos e técnicas, como obras em cerâmica, gravuras, pinturas, desenhos e esculturas. O que há em comum entre os artistas selecionados é a carreira consolidada, percebida pelas premiações e pelos livros publicados pela maioria e pelo reconhecimento internacional alcançado por alguns, em contraste com a pouca divulgação que esses artistas conseguem em território nacional.
A exposição pretende ser, portanto, o espaço para diminuir o desconhecimento generalizado. No entanto, não escapa da inevitável maioria de artistas provenientes do Sudeste.
A Região Sul tem como outros representantes os pintores gaúchos Tomazelli, Marta Penter, Julio Ghiorzi e Nelson Wilbert. Os artistas do Sudeste são, ao todo, 14. Entre eles, a escultora Melinda Garcia, que criou diversas obras monumentais expostas em locais públicos do Rio de Janeiro (como na Lagoa Rodrigo de Freitas), e o pintor figurativo Pedro Wrede, nascido em Friburgo, no interior fluminense. Wrede morou por muitos anos em Madri, onde participou de bienais. De volta ao Brasil, está em busca do reconhecimento nacional. "Essa é a tônica da exposição", diz a curadora. "Um pessoal muito bom, mas que fica escondido nos ateliês. É um resgate de talentos", completa.
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Serviço: Seleções da Arte Contemporânea Brasileira. Abertura hoje, às 19 horas. Memorial de Curitiba Salão Brasil (R. Claudino dos Santos, 79), (41) 3223-8424. Terça a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 18 horas, sábado e domingo das 9 às 15 horas. Até 9 de agosto.
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