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Vídeo:| Foto: RPC TV

A técnica não é complicada. A máquina fotográfica, encaixada no tripé, gira sobre o próprio eixo e registra um raio de 360º em um slide único. O cenário tridimensional e circular é retratado em um plano reto e bidimensional, como em qualquer fotografia. A amplidão das imagens captadas, porém, acomoda muito mais do que o olho humano é capaz de ver.

Os fotógrafos Luiz Claudio Lacerda e Rogério Randolph aproveitaram as possibilidades panorâmicas da fotografia 360º para registrar sob uma nova perspectiva algumas das principais criações do arquiteto Oscar Niemeyer, e situar suas obras na paisagem circunstante. Viajaram pelo Brasil, à França, Itália e Argélia, onde fotografaram 25 prédios assinados pelo principal arquiteto brasileiro. As imagens foram publicadas no livro Oscar Niemeyer 360 – Minhas Obras Preferidas, lançado pela Editora Tresentosesessenta Graus Produções em 2006.

Uma seleção dessas fotografias será apresentada ao público a partir de amanhã na exposição Oscar Niemeyer 360º – 100 Anos de Encantamento, que homenageia o centenário do arquiteto no museu que leva o seu nome. As imagens exibidas foram ampliadas em até dez metros e, algumas delas, organizadas em mosaicos. Outras fotos do livro e o documentário Oscar Niemeyer – A vida É um Sopro, dirigido por Fabiano Maciel, serão projetados durante a exposição.

A escolha de quais de suas obras ganhariam registros panorâmicos foi feita pelo próprio Niemeyer. De posse da lista de monumentos a fotografar, Lacerda e Randolph partiram rumo aos endereços dos prédios. Foram bem recebidos no exterior e contaram com a ajuda de desconhecidos para chegarem aos melhores ângulos. "No edifício COPAN, por exemplo, tivemos uma grande ajuda do síndico. Ele conseguiu que entrássemos no Hotel Hilton, que fica em frente e estava fechado, para fotografarmos o COPAN do alto", conta Lacerda.

O grande desafio durante os oito meses de trabalho foi enfrentar a morosidade burocrática na capital do país. "A maior dificuldade foi ter permissão para fotografar os palácios governamentais em Brasília. É preciso ter mais paciência, porque há muita burocracia", afirma o fotógrafo.

A última obra retratada foi justamente o Palácio da Alvorada, fotografado em julho de 2006, depois de passar por uma reestruturação.

De tudo o que viu, Luis Claudio Lacerda, formado em Arquitetura, conta que as construções que mais o impressionaram foram o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e o Museu Oscar Niemeyer.

O fotógrafo lamenta algumas das obras criadas por Niemeyer que não foram registradas. "Sempre fica alguma coisa de fora, como o novo museu de Brasília (o Museu Nacional Hernestino Guimarães, inaugurado em dezembro do ano passado). Não foi possível fotografar várias das obras porque ainda estavam em andamento", diz.

Lacerda e Randolph são sócios na Editora Tresentosesessenta Graus Produções, pela qual vêm publicando uma série de livros de fotografias 360º. As cidades de Salvador, Rio de Janeiro, Fernando de Noronha e a Amazônia foram os cenários dos quatro primeiros títulos, que pretendiam mostrar uma imagem positiva do Brasil. A beleza das fotografias dos monumentos arquitetônicos de Niemeyer, sem dúvida, contribui para o intento.

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Serviço: Oscar Niemeyer 360º – 100 Anos de Encantamento. De 24 de agosto a 20 de janeiro. Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999), (41) 3350-4400. Terça a domingo, das 10 às 18 horas. Ingressos a R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes) e livre (crianças até 12 anos, maiores de 60 anos e escolas públicas agendadas).

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