Cena do filme "Par Perfeito"| Foto: Divulgação

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Estrelada por Ashton Kutcher e Katherine Heigl, Par Perfeito (veja horários das sessões; atenção a data de validade da programação em cinza) é a mais nova comédia romântica do diretor Robert Luketic (de "A Verdade Nua e Crua" e "Legalmente Loira").

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Na trama, Katherine (também de "Verdade Nua e Crua") interpreta Jen, uma moça independente mas atrapalhada que, após receber um fora do namorado, parte em uma viagem romântica com os pais para a Riviera Francesa. Lá conhece Spencer (Kutcher), um rapaz que esconde sua profissão de assassino a serviço da CIA.

O casal se apaixona nas belas paisagens litorâneas e Spencer decide construir uma vida normal ao lado de Jen, deixando o seu ofício de matador. O amor entre eles floresce e, pouco tempo depois, o par é visto casado e feliz em um subúrbio americano.

A pacata vida de ambos passa por um revés quando o ex-empregador de Spencer volta para cobrar mais um serviço. Como manteve essa parte de sua vida em segredo, Spencer recusará a oferta, passando de algoz a vítima, numa espécie de queima de arquivo. Resta então ao assassino reabilitado salvar sua pele e de sua adorada mulher.

Com humor a serviço das cenas de ação, o filme explora a química entre os protagonistas. Enquanto Katherine Heigl, descoberta na série de TV "Grey's Anatomy", faz o papel de esposa enganada que passa a gostar de uma vida de aventuras, Kutcher repete as interpretações anteriores de anti-heroi engraçado, que, apesar de tudo, é um bom rapaz.

Como a produção não se importa de reciclar fórmulas, já repetidas à exaustão, sobra muito pouco de "Par Perfeito", que se perde entre o ritmo lento e a total falta de conflito entre os personagens principais. Como tudo vira piada, não há uma real tensão, que deveria ser vital para a história.

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Na pele dos controladores pais de Jen, Tom Selleck (o eterno Magnum) e Catherine O'Hara (de "Sobrevivendo ao Natal") acabam na mesma vala de humor raso, apesar de fundamentais à trama. Ele não passa de mais um pai rigoroso, enquanto ela mostra-se uma alcoólatra feliz, alçada ao posto de alívio cômico.

O curioso nesta trama não é, enfim, as cenas de perseguição ou as relações entre os personagens, mas sua moral dúbia. Se é o amor que conserta, aproxima e torna todos felizes no fim, falta uma peça em "Par Perfeito". O espectador mais atento poderá perceber isso no desfecho - mas revelá-lo aqui seria assassinar o final da história.