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Em pouco mais de dez dias, Curitiba recebe outra atração musical relevante no cenário mundial. Depois shows do Tim Festival, o grupo californiano The Black Eyed Peas desembarca na cidade para uma única apresentação, hoje, na Pedreira Paulo Leminski. O show faz parte da terceira edição do Planeta Terra, evento que no ano passado trouxe os ro-queiros do Pearl Jam à capital paranaense.

Mas, diferentemente da maioria dos artistas que têm pisado por aqui, o BEP não traz na bagagem um repertório voltado para saudosistas, assim como não faz questão de agradar a alguns poucos alternativos de plantão. A banda está no auge da carreira, faz um som moderno – calcado na mistura dançante de hip-hop, funk, música brasileira e rock – e não tem vergonha nenhuma de soar deliciosamente pop.

Depois de emplacar dois discos de sucesso mundial – Elephunk (2003), que vendeu mais de 7 milhões de cópias, e Monkey Business (2005) –, os MCs will.i.am, apl.de.ep, Taboo e a vocalista Fergie colecionam uma penca de sucessos radiofônicos e são capazes de reunir em seus shows desde fãs pré-adolescentes a pais e mães de família. Fergie, por sinal, acaba de lançar The Dutchess, seu primeiro CD solo, cujas faixas "Fergalicious" e "London Bridge" já estão tocando nas rádios.

No caso dos Peas, não foram só os refrões grudentos e os grooves de rachar o assoalho que fizeram a fama do grupo. Eles têm carisma de sobra e, além disso, a capacidade de rir de si mesmos, como fica claro nas própria roupas extravagantes que usam, cheias de sobreposições aparentemente absurdas. Tanto bom humor e alto astral para moldar um novo rap. Um som para deixar de lado o discurso político desgastado e falar de relacionamentos e outras coisas menos sérias, porém não menos interessantes. Para o quarteto, o showbizz é acima de tudo um entretenimento.

"A música para mim é como a mulher brasileira: atraente", brinca Taboo, durante entrevista coletiva do BEP em Porto Alegre, na última quarta-feira. Na ocasião, o grupo atendeu jornalistas de todo o Brasil. "Também significa uma forma de expressão para todos nós. É algo que diz respeito a nossas vidas, com sinceridade", acode Fergie, mais séria e tímida que os companheiros.

Fãs de música brasileira, os Peas se dizem completamente apaixonados pelo som de Jorge Ben Jor, Tom Jobim e Sergio Mendes, entre outros. Aliás, a banda já esteve no país em 2004. Na ocasião, gravou a faixa "Mas Que Nada", em parceria com Mendes. E por falar nisso, eis que no meio da entrevista o celular de will.i.am toca: "Oi! Tô ligando para dar um abraço no Will. Eu estou na Austrália, em Sidney". Era o próprio Sergio Mendes ao telefone.

Artistas diversos, como Marcelo D2 e Sandy & Junior, também já trabalharam em parceria com os Peas. Will, atualmente, é um dos produtores mais requisitados do planeta. Até Michael Jackson o chamou para cuidar de algumas canções de seu novo disco.

No início do ano que vem, o quarteto deve retornar ao Brasil. Eles anunciaram o prolongamento da turnê de Monkey Business para 2007. Desta vez, querem fazer shows beneficentes e arrecadar fundos para populações carentes ao redor do mundo. É o lado sério do Black Eyed Peas que você não conhecia.

O jornalista viajou a convite da organização do show.

Serviço: Show do Black Eyed Peas. Pedreira Paulo Leminski (R. João Gava, s/n.º), (41) 3315-0019. Hoje, às 21 horas. Ingressos a R$ 120 e R$ 60 (estudantes e assinantes da Gazeta do Povo na compra dos dois primeiros ingressos).

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