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Pátria Redimida, de João Baptista Groff, é o unico registro cinematográfico da Revolução de 30 | Divulgação
Pátria Redimida, de João Baptista Groff, é o unico registro cinematográfico da Revolução de 30| Foto: Divulgação

Tesouros

O acervo da Cinemateca de Curitiba guarda filmes, incluídos no projeto de digitalização, realizados por alguns dos diretores fundamentais na história do audiovisual paranaense:

Annibal Requião

Opera Sidéria, Panorama de Curitiba e Carnaval em Curitiba. Requião teria feito 300 filmes, mas somente esses três títulos, todos da década de 1910, integram o acervo da Cinemateca.

João Baptista Groff

Vários filmes feitos entre as décadas de 20 e 40. O mais importante é Pátria Redimida, único registro fílmico da Revolução de 30.

José Cleto

Expoente da produção do interior do Paraná (União da Vitória), está presente no acervo com o filme Nossa Terra, de 1929.

Frei Gabriangelo Caramore

Nosso Senhor Bom Jesus da Cana Verde, de 1966, foi realizado na cidade de Siqueira Campos e é o primeiro filme em longa-metragem totalmente colorido produzido no estado.

  • Memória cinemetográfica do estado será preservada e transformada em DVDs

O documentário Pátria Redimida, do diretor paranaense João Baptista Groff (1897-1970) é o único registro cinematográfico da Revolução de 30, que conduziu o gaúcho Getúlio Vargas à Presidência da República. O filme é um dos 2.772 títulos em película (35mm, 16mm e Super 8) que integram o rico acervo da Cinemateca de Curitiba. A obra faz parte da lista de títulos que, graças a um projeto aprovado em outubro de 2012 pela Lei Rouanet, poderão ser digitalizados e incluídos em uma coleção de DVDs, iniciativa que facilitará e ampliará enormemente a difusão dos tesouros guardados pela instituição municipal.

A ser executado em uma parceria com a produtora Sambaqui Cultural Cine e Vídeo, da cineasta Joana Nin, o projeto inclui todo o preparo dos filmes escolhidos para a digitalização, a aquisição dos equipamentos necessários para a realização da empreitada, que depois serão cedidos à Cinemateca, o processo em si e a confecção dos DVDs. Também custeará a operação de distribuição das coleções a escolas da rede pública, bibliotecas e instituições ligadas ao audiovisual e sua preservação e pesquisa.

O total aprovado para captação por meio da Lei Rouanet, um pouco abaixo da soma solicitada, é de R$ 1,5 milhão. Segundo a coordenadora da Cinemateca de Curitiba, Solange Stecz, é difícil prever quanto tempo será necessário para que os DVDs fiquem prontos, uma vez levantados os recursos junto às fontes financiadoras.

"Isso dependerá do estado de cada filme, da extensão do trabalho de recuperação que deverá ser feito com as películas antes de iniciar o processo de digitalização, e isso vai variar caso a caso. E também da negociação em relação aos direitos autorais com os herdeiros dos realizadores", diz Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), da qual a Cinemateca faz parte.

Cordiolli acrescenta que uma das metas da atual administração é dar especial atenção à preservação e acondicionamento adequado dos acervos da Cinemateca (filmes em formato de película e DVDs) e da Casa da Memória (fotos e documentação), que, segundo ele, não estariam nas condições mais adequadas, guardados em imóveis muito antigos.

A importância da digitalização dos títulos mais significativos do acervo de filmes da Cinemateca, que datam desde as primeiras décadas do século 20 até os anos 1990, é imensa. Tanto como documentos audiovisuais da história do Paraná, quando do próprio cinema produzido no estado, com temáticas relacionadas à região, por realizadores locais, ou que aqui produziram suas obras.

Segundo Solange Stecz, assim como se tem hoje acesso a obras cinematográficas fundadoras em estados como a Bahia e Pernambuco, é importante que a memória fílmica paranaense se torne disponível a pesquisadores e estudantes daqui e do resto do país.

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