Concerto
Camerata Antiqua de Curitiba
Capela Santa Maria Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. Dias 21 e 22, às 18h30. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). Pagamento somente em dinheiro.
A Camerata Antiqua de Curitiba se apresenta neste fim de semana novamente sob a regência de Osvaldo Colarusso. Nos moldes do que fez à frente do grupo em maio do ano passado, quando voltou a reger na capital paranaense após cerca de dez anos, o maestro paulista radicado em Curitiba fará da apresentação um concerto palestra, com explicações detalhadas sobre as peças do programa, que é baseado na obra e na permanência de Johann Sebastian Bach (1685-1750).
Colarusso explica que, como no século 18 não eram comuns apresentações de obras com mais de 30 anos, criou-se uma crença equivocada de que o compositor alemão teria sido esquecido depois de sua morte. De acordo com o maestro, Bach seguiu sendo reconhecido por outros músicos um deles, Mozart, autor da primeira peça do programa, Prelúdio e Fuga.
"Esta peça é tremendamente influenciada por uma obra de Bach conhecida como Oferenda Musical", explica Colarusso.
De acordo com o maestro, trata-se de uma peça de caráter experimental e pouco conhecida. "Há até coleções com a obra completa de Mozart que não têm essa obra", diz.
Villa-Lobos
A permanência de Bach também se mostrou nas primeiras décadas do século 20, quando compositores como Stravinski e Schoenberg radicalizaram em suas experiências musicais e chegaram a um "impasse", buscando inspiração na obra do barroco alemão.
Foi este cenário que o brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959) encontrou quando viajou para a França na década de 1920, explica Colarusso. "Ele foi com algumas obras de um forte modernismo para serem executadas. E descobriu que lá as pessoas estavam mais conservadoras que ele", conta o maestro.
É deste período que surge a inspiração para as obras seguintes do programa um arranjo do compositor brasileiro para "Prelúdio e Fuga N.º 8", de O Cravo Bem Temperado, de Bach, o "Prelúdio" da Bachianas Brasileiras N.º 4 e a Bachianas Brasileiras N.º 9.
"Villa-Lobos faz uma homenagem ao escrever a Bachianas N.º 9, também um Prelúdio e Fuga. Isso é um traço significativo. E tema desta peça poderia ser de Bach, não fossem as síncopas bem brasileiras", explica o maestro.
A obra será apresentada tanto em sua versão para orquestra de cordas, mais comum, quanto em sua versão para coro a capella.
Todas estas ligações serão explicadas durante o concerto abordagem que o maestro considera fundamental. "Hoje em dia, qualquer pessoa que queira ouvir as obras deste programa pode procurá-las no YouTube. Mas com explicações como estas, não. Este é um diferencial que sempre procuro fazer", explica Colarusso.
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