Protestos, greves e ocupações se multiplicam, e a Copa está aí na esquina. Como entender o contexto mais amplo desses movimentos e a reação do Estado? O filósofo Paulo Eduardo Arantes oferece sua visão em O Novo Tempo do Mundo (Boitempo, R$ 52), que traz um conjunto de textos que trafegam entre história, política, filosofia e teatro.
Para ele, há um "Himalaia de humilhações ressentidas pelos milhões na fila de espera à boca dos guichês de ingresso num mundo afluente que não para de encolher". Na era do capitalismo turbinado pelas finanças, o Brasil se transformou de economia industrial periférica a plataforma de valorização financeira. O que exige um "estado de emergência econômica permanente". Por isso, na avaliação de Arantes, é central "o Estado-guardião da renda mínima do capital" e a posse "do aparelho político de acesso. "Estamos diante de uma máquina infernal de produção de hierarquias e extorsões em todos os recantos de uma sociedade congenitamente regida pelo nexo da violência econômica", resume o autor. As manifestações de junho estão prestes a completar um ano. Para ele, os atos foram "profanações cometidas por gente sem nome."
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas